Trazendo uma sonoridade dos anos 90, MALI vem apresentando seu novo álbum recheado de novos temperos contemporâneos. Com a canção “Caution to the Wind”, ela traz uma tentativa de esperança para o momento atual. Como a mesma diz na entrevista abaixo, a mensagem não é só desgraça e tristeza, é mais sobre como devemos ser capazes de viver um pouco também.
MALI cresceu com influência da música já que seu pai era dançarino e escutava algumas canções em casa e seu avô que amava rock clássico e jazz. Desde então, vem seguindo uma trilha de conquistas como a de compor diversas trilhas sonoras para filmes da Bollywood Confira a entrevista:

Buscando reviver o estilo do pop nos anos 90, as suas músicas do novo álbum estão buscando complementar os clássicos com novos temperos contemporâneos. Como aconteceu a iniciativa de realizar esse “regaste”?
Sempre fui influenciada pela música daquela época, desde que cresci nos anos 90 com pais que viveram a juventude nos anos 80. Em casa, sempre tínhamos música tocando, graças ao meu pai que era dançarino e ouvia muito música eletrônica antiga e ao meu avô que amava rock clássico e jazz. Em geral, minhas influências são um tanto misturadas e acho que não é de se admirar que todas tenham encontrado um caminho para este álbum.
Com uma sonoridade que vem para encantar a nova geração, a canção “Caution to the Wind” traz uma nova tentativa de esperança para o momento em que estamos passando. Que efeito você espera conseguir passar para as pessoas através dessa música?
Acho que todos podemos concordar que este ano foi um dos mais difíceis para todos ao redor do mundo e não pudemos falar sobre algo sem trazer à tona a pandemia. Também é importante lembrar que, embora esta pandemia sem fim continue, nossos corações ainda estão batendo e ainda temos muito pelo que esperar. Portanto, a mensagem não é só desgraça e tristeza, é mais sobre como devemos ser capazes de viver um pouco também.

Quais foram suas maiores inspirações para começar a caminhar nesse novo projeto?
Como alguém que cresceu ouvindo álbuns, em fitas cassete ou CDs, acredito muito no formato do álbum e que há muito mais que se pode dizer sobre ele. Desde os meus primeiros dias como artista, era um sonho que um dia teria canções suficientes para montar para um álbum.
Comecei a colecionar músicas que achei que funcionariam bem juntas desde 2012 e finalmente decidi começar a trabalhar nelas no início de 2019. Fiquei muito inspirada pelo som revival retrô que estava voltando e descobri que poderia realmente fazer justiça a esse estilo e então este álbum existe para homenagear todas as músicas que me fizeram quem sou
Você vem acumulando muitos marcos em sua carreira com o passar dos últimos anos, colaborando com vencedores do Grammy e Oscar, além de compor diversas trilhas sonoras para filmes de Bollywood. Entre tantas conquistas que se tornaram memoráveis, qual você considera ter sido o seu maior momento como cantora e compositora?
Para mim, minha conquista mais pessoal e favorita foi trabalhar em um single meu chamado “Play”, lançado em 2018. Foi uma música que escrevi para meu avô. Ele próprio foi músico na juventude e tocava gaita. Mas agora, com ele envelhecendo, não tem mais energia para tocar com tanta confiança como antes. Fiquei muito triste que aqueles anos dourados em que ele nos entretinha estavam chegando ao fim e foi isso que inspirou a música. Decidi dar um passo adiante e fiz com que ele tocasse o solo de gaita no final da música e aparecesse no videoclipe também. É um projeto que terei muito gosto em mostrar aos meus filhos e netos, se é que algum dia os terei, porque consegui captar o espírito da minha relação com o meu amado avô.

Além da canção atual, existe algum trabalho em planejamento para ser divulgado futuramente?
Atualmente, estou trabalhando em um single independente no idioma Tamil, que é falado na parte da Índia de onde venho. É um estilo de música muito diferente para a indústria de lá e estou animado para descobrir como as pessoas vão recebê-lo.
Sendo uma das 30 personalidades mais influentes abaixo dos 30 anos pela Forbes India, nos conte um pouco sobre quem é Mali.
Como artistas independentes que falam inglês na Índia, não recebemos muito apoio da mídia tradicional, já que Bollywood e outros filmes musicais têm canais de distribuição muito melhores. É um esforço bastante árduo seguir essa carreira, pois há muitas probabilidades contra pessoas como eu, mas acredito que minha geração está abrindo caminho para que artistas mais jovens tenham mais sucesso nesta indústria. Meu objetivo é apresentar minha música a um público internacional, pois acho que tem um apelo bastante global, mas ainda destaca questões locais e pessoais, tanto políticas quanto sociais.

A música tem diversas versões para cada um que a escuta, podendo às vezes transmitir tristeza, ou alegria. Em um misto de sentimentos que ela transmite, o que a música significa para você?
Este álbum é realmente uma mistura, e intencionalmente. O álbum deve oscilar entre dolorosamente realista e edificantemente otimista ao longo das 8 músicas. O objetivo é refletir o que nossos estados de espírito coletivos têm sido no ano passado. Eu acredito que este será lembrado para melhor ou para pior, como algo que resumiu em boa medida o cenário atual.

Qual foi o momento, seja cantando ou compondo de maior lembrança e que possa compartilhar com a gente?
Se você alinhar todas as músicas que já escrevi em ordem cronológica, elas podem te contar a história da minha vida, as muitas fases pelas quais passei como artista e fã e todas as realizações que tive em diferentes pontos em minha jornada.
Acho que um momento pertinente que transformei em uma música foi para um single meu chamado “Mango Showers”. Foi escrito em 2016 depois de uma interação que tive com um proprietário de gravadora duvidosa que mais tarde foi condenado pelo suposto assassinato de um colega músico e amigo meu, que acabou sendo considerado suicídio. A música foi escrita como uma premonição de que esse cara iria arruinar a vida de alguém de uma forma irreparável um dia, e foi isso que aconteceu.
Usei esse lançamento como um meio de aumentar a conscientização sobre saúde mental e a necessidade de aconselhamento jurídico para artistas independentes e não representados como eu. Foi um momento em que minha voz como compositora realmente tomou forma como alguém que contava histórias de outras pessoas e trazia questões relevantes através do meu trabalho.
Saiba mais sobre a artista: MALI
Descubra mais sobre Andrezza Barros
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.