Nos últimos anos, a cidade de Niterói vem sendo berço de muitas bandas e cantores que estão compondo esse nova geração musical, incluindo, pelo contrário do que poderia ser esperado em época de pandemia, esse crescimento só ficou em alta. Entre os mais recentes expoentes desse conjunto de sucessos foram a dupla de amigos Sérgio Guilherme Praxedes e João Marcelo Alonso que formaram a Banda Gripp.
Após um show que deu medo antes da pandemia começar, o grupo está virando um verdadeiro fenômeno com o ritmo do rock metálico, e que devem ter seu primeiro EP disponível em breve. Confira a entrevista!
Naturais da cidade de Niterói, a cidade que tem sido berço de diversos artistas independentes do meio musical, o grupo está explorando um estilo que está cada vez mais em tendência, tanto com o público jovem como mais velho. Como foi o nascimento da Gripp e o amor dos integrantes pelo rock metálico?
Marcelo: Então, essa banda na verdade veio de outra banda que eu tinha antigamente, onde a sonoridade era mais voltada ao post-punk, New Wave, essas coisas.. Essa banda tinha acabado recentemente, mas meus posts no Facebook procurando integrantes ainda estavam lá, então um dia o Sérgio me mandou uma mensagem perguntando se eu ainda estava procurando integrantes, daí eu falei pra ele vir tirar um som e foi isso que saiu, algo completamente diferente do que era antes, mas foi completamente natural, curtimos essa pegada e seguimos evoluindo essa sonoridade.. Bom, eu curto metal dês de pequeno, então é natural que isso tenha influenciado nosso som, acredito que seja algo similar com o Sérgio.
Soubemos que até um tempo atrás, vocês dois tinham a música como um hobby apenas. A partir de que ponto Sérgio Guilherme Praxedes e João Marcelo Alonso começou a se ver como uma dupla musical?
Marcelo: Então, dês de que comecei a praticar meu instrumento eu pensava em montar uma banda, sempre quis isso, não queria um hobby, e sim um projeto para levar a sério mesmo, portanto consegui isso com a Gripp, e nós dois dês do começo da banda temos essa visão em relação a esse projeto. Não somos uma dupla musical (risos), dês do começo estávamos procurando os outros dois integrantes, chegamos a testar várias pessoas, e agora finalmente conseguimos fechar a banda (risos).
Sergio: A gente nunca se viu como uma dupla musical, o que aconteceu foi que nunca tínhamos conseguido uma formação solida, passaram muitos integrantes pela banda, mas eu e o Marcelo sempre tivemos um direcionamento e uma visão até que meio restritiva/ excludente, sempre se tratou de fazer um som só nosso e levar até onde a gente pudesse, e a gente não se põe limite em ralação a isso, consequentemente quem não teve a mesma identificação e o mesmo comprometimento que a gente saiu do projeto, mas com a integração do Guilherme e do João Felipe finalmente a gente pode criar o que sempre quisemos, tem muito o que acontecer daqui pra frente.
Recentemente, soubemos das notícias do projeto de um novo EP que está previsto ainda para o final deste ano. Como o projeto está andando e quais são as expectativas de vocês para que o público passe a reconhecer mais a banda através dele?
Marcelo: Boa pergunta bom, estamos agora em uma nova fase da produção do EP, todas as músicas estão compostas, agora estamos trabalhando na outra parte desse processo, e tem sido muito satisfatório isso. Em relação ao reconhecimento por parte do público, digo que este EP realmente é o primeiro passo na banda em direção aos nossos objetivos, e que ele realmente vai apresentar o nosso som atual da melhor forma possível.
Em meio à pandemia, de que maneira os integrantes da Gripp fazem seus ensaios e, dedicar-se a esse tempo juntos, foi realmente útil para se definir algumas coisas que haviam pendente no grupo?
Marcelo: Bom, atualmente ensaiamos uma vez por semana, às sextas-feiras, e esse momento da pandemia foi extremamente crucial para o nosso amadurecimento como equipe e banda (não brigamos mais o tempo todo por coisas idiotas), tudo melhorou muito, tem sido uma experiência bem positiva.
Sergio: No começo e em algumas épocas tivemos que pausar os encontros por diversos motivos, mas atualmente estamos ensaiando e tem sido 1 vez por semana, moramos todos bem perto e a gente se encontra no mesmo lugar de sempre. Como todo projeto sério, sempre há discordâncias, e confusões, a gente costumava se desentender muito mais, mas durante a pandemia a gente tem pensando mais no que a gente realmente quer e nossa relação tem melhorado muito, tem sido uma experiência positiva por esse lado.
Como foi o último show que a banda fez antes da pandemia?
Sergio: Um pouco assustador (risos), mas foi uma das melhores experiências que tivemos. Tive muita ansiedade, tive que ir no banheiro muitas vezes, eu diria que tudo deu errado da forma certa. Era Carnaval de 2020, e a gente expulsou algumas pessoas que estavam lá provavelmente só pra comer ( ia começar o bloco ). A gente foi com a nossa verdade, fizemos oque a gente sente que falta, algo original, banda autoral esta muito em falta a muito tempo já, mas a parcela do público que estava lá pra ouvir eu acredito que gostou, a execução não foi uma das melhores, mas nossa atitude foi muito elogiada, e já tem outros convites aí, mas essa pandemia atrasa tudo.
O que realmente falta para uma banda como a de vocês, na caminhada dentro do cenário underground, conseguir seu reconhecimento frente a grandes gravadoras no país?
Marcelo: Cara, sinceramente hoje em dia uma gravadora não é algo necessário para que um artista faça sucesso, na verdade o que mais tem são formas de fazer isso completamente independente.. Vejo que o único atrativo de gravadoras é o dinheiro, que pode ser usado para melhorar o equipamento e etc.. Mas enfim, acho que fazer música autoral sem medo e realmente fazer esforço para o projeto ir para frente, acho que isso que falta na maioria das bandas hoje em dia.. Muitos projetos acabam por bobagem ou procrastinação, e muitas bandas não saem da zona de conforto, somente fazendo covers e não se arriscando.. Não que nós sejamos um exemplo né, isso é só minha opinião (risos).
Qual é sua música favorita ( Guilherme e João Marcelo ) sendo autorais ou não, mas que os dois gostam de tocar sempre?
Sergio: A gente até então nunca fez cover, pessoalmente uma musica preferida eu não tenho, eu passo tanto tempo ouvindo musica que é impossível dizer uma específica. Sobre musica nossa, a gente tem bastante, algumas não vão nem sair nesse primeiro EP mas independente, acho que minha preferida são todas
Em meio ao momento pandêmico vivido, deixem aos leitores uma mensagem de apoio e positividade.
Marcelo: Bom, pra galera q ficou com tempo livre aí, poxa, aproveitem esse momento para trazer algo de positivo pras suas vidas tá ligado, arranjem um hobby, estudem algo, dediquem-se a um projeto, não fiquem de cabeça vazia se lamentando, aproveitem seu tempo.. E espero que essa situação acabe logo, mas no nosso país fica difícil né (risos), bom, vejam as coisas pelo lado positivo, acho q é o mínimo q se pode fazer.
Durante esse tempo, novos integrantes entraram no grupo, quem são, pode apresentá-los para nós?
Marcelo: Sim! Até que enfim conseguimos fechar nossa formação (Mais um ponto positivo na pandemia), bom, nossos novos integrantes são o Felipe, nosso guitarrista solo, que conhecemos no carnaval porque o amigo dele queria dar em cima de mim (eu sou hétero, não rolou nada) (risos), e o Guilherme, nosso novo baixista q não gosta de sair de casa, que o Sérgio conheceu através de um amigo dele… Os dois estão dando muito certo e estamos bastante satisfeitos com eles, temos bastante harmonia entre nós, com certeza. Ps: Fica aqui a cobrança para o Felipe ensaiar as músicas em casa (risos).
Sergio: Sim, a banda está formada, agora temos um baixista, Guilherme que era pra ter sido nosso guitarrista no começo da banda a uns 3 anos, a gente se encontrou através de um amigo em comum quase 2 anos depois, bom ele largou a guitarra e é o melhor baixista que eu conheço, e manja mais de harmonia que todo mundo no grupo. E nosso guitarrista solo, que é um compositor muito promissor, ele traz muitos aspectos melódicos importantes pra banda, é um entusiasta da Bossa e do Shoegaze (risos), a gente conheceu ele no carnaval onde eu e Marcelo ficamos procurando quem tinha cara de “Musico” num bloco aqui da região só por diversão, e de inicio ele não acreditou muito no projeto e nem se atraiu, mas uma hora a gente decidiu chamar ele, ele aceitou e ficou.
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