O olhar crítico de Marvin Costa sobre a política, o social e a cultura do Brasil atual se encontra com a inventividade do mercado de NFTs em seu novo single e clipe, “Gatilhos”. O músico estreia agora na cryptoarte, que está em franca expansão oferecendo a criadores do mundo todo uma nova forma de financiar seus trabalhos e oferecer aos fãs produtos artísticos exclusivos. A faixa é o próximo passo de seu projeto solo Guevara Songs, que já revelou um EP e, após uma série de singles, lançará seu primeiro álbum.
Além do YouTube, “Gatilhos” está disponível na plataforma OpenSea com itens únicos à venda: um instrumental inédito, um pacote de samples da música, além de vídeos curtos criados por artistas visuais com trilhas originais compostas por Marvin Costa. Confira a entrevista!
O seu novo single e clipe “Gatilhos” tem uma temática sobre amadurecimento, imposições na vida adulta e reflete sobre manter o padrão da família tradicional. Você acredita que o mercado da arte e a música podem desfazer esses conflitos impostos pela sociedade?
Marvin Costa: Eu acredito na força transformadora da arte. Eu mesmo sou fruto dessa transformação. A música influenciou meu entendimento de mundo e meu olhar cuidadoso para as causas social. Amadureci assimilando sensações e mensagens das músicas que ouvi dos mais diversos artistas.
Eu canto para pessoas que estão abertas a assumir erros, vencer conflitos pessoais e inevitavelmente amadurecer. Assim como aconteceu comigo, quero que outras pessoas sejam salvas pela música. Se eu contribuir de alguma forma com esse tipo de mudança ficaria muito satisfeito.
Na era do streaming, lançamentos de singles e álbuns foi moldando o consumo da música no meio digital, e antes, o único caminho para o artista lançar sua música era através de uma gravadora. Você acredita que na era do streaming, o lançamento no meio digital é uma vantagem para um músico iniciante?
Marvin Costa: O mercado da música mudou bastante. Gosto de falar das coisas positivas sobre isso, como a possibilidade de criar uma carreira como artista independente. Isso hoje é mais possível do que nunca.
No entanto, isso não se deve apenas aos serviços de streaming. A tecnologia é grande aliada dos artistas que hoje podem gravar um disco usando apenas um celular e alguns poucos equipamentos. E isso é maravilhoso!
Entretanto, não aceito a ideia de que o streaming democratizou o mercado da música. Isso é balela. Vivemos em um país desigual. Nesse exato momento, há pessoas passando fome, sem dinheiro para o básico. Quantos talentos perdemos diariamente para a miséria?
A temática de “Gatilhos” se volta para a pauta de costumes, termo que passou a circular pelo noticiário com mais frequência quando o conservadorismo assumiu o comando do país em diversas esferas. Além disso, a letra da música simboliza e nos faz refletir sobre que tipos de conceitos atuais?
Marvin Costa: É uma música sobre liberdade. Sobre o sentimento que jovens buscam ao viver em sociedade. Em governos autoritários, essa sensação nos é retirada de forma abrupta. Mas também é nesses momentos que as revoluções comportamentais acontecem.
Entender o novo e deixar se conquistar por essas revoluções, ao meu olhar, representa o crescimento de uma sociedade. É por isso que cito na letra cinco grandes cidades brasileiras. Esses locais são caldeirões culturais mas, ao mesmo tempo, apresentam uma face cruel e preconceituosa contra as minorias.
As barbáries deixam feridas profundas que só podem ser curadas com grande esforço das novas gerações. Essa luta por uma vida melhor permeia todo meu trabalho, não apenas essa música.
Quais os conselhos e dicas que você daria para quem quer se tornar um artista independente no mercado?
Marvin Costa: faça um tipo de música que você realmente acredita e que essa música seja algo verdadeiro, que represente você. Imagine se você der a sorte, ou o azar, de fazer muito sucesso fazendo algo que você não gosta. Seja você.
O que podemos esperar desse seu primeiro álbum? Quais são suas expectativas para o lançamento?
Marvin Costa: O disco é parte do meu amadurecimento como artista e como pessoa. A minha preocupação com esse trabalho não é agradar o maior número de pessoas. Falo para quem pensa como eu.
Além do álbum, também lançarei itens NFT, exatamente como fiz no lançamento de “Gatilhos”, quando criei uma galeria on-line com obras de arte virtuais. Gostei tanto da experiência com a CryptoArte que sigo lançando diversas parcerias com artistas visuais, como o Nancy Silva e a Márcia Garcia. O disco será um projeto que buscará novos caminhos para o mercado da música independente.
Para quem não conhece, quem é Marvin Costa?
Marvin Costa: Eu sou um ser humano comum que faz arte. Participei de diversos projetos musicais ao longo dos anos, mas me encontrei como artista quando descobri minha veia de produtor musical. Hoje eu gravo sozinho todos os instrumentos nas minhas músicas. Além disso, trabalho com samples e sonoridades eletrônicas, mesclando esses elementos com rock e música brasileira.
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