Emagrecer de forma saudável às vezes parece impossível. A nutricionista Luiza di Bonifácio formada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), especialista em Fisiologia do Exercício pela UFSCAR e Pós-Graduada em Nutrição Esportiva Funcional pela VP dá algumas dicas para isto. Além disso, ela também fala um pouco sobre como é se exercitar durante a pandemia, época que é bem difícil de se estar em uma academia.
Luiza realiza atendimento clínico de atletas amadores e profissionais em Ribeirão Preto e São Paulo. É triatleta em constante evolução. Sua vivência no meio esportivo iniciou na infância com a prática no vôlei, e há sete anos está em contato com as modalidades do triathlon. Nesse tempo, participou de competições de travessias aquáticas, corrida de rua e aventura, duathlon com índice classificatório para o Mundial na Suíça, triathlon de curta e longa distância com participação no Mundial em Roterdã, distância olímpica, circuito ITU.
Compartilha conteúdo profissional e estratégias nutricionais direcionadas a cada atleta com planejamento alimentar individual, unindo a sua vivência prática no esporte a todo conteúdo científico. Autora do livro “Direcionamento nutricional para o triathlon: da ciência à prática”, pela Literare Books International. Confira a entrevista:
Quais são os maiores erros que uma pessoa busca ao tentar emagrecer sem o aconselhamento médico?
Buscar orientação de profissionais não qualificados para tal objetivo pode trazer frustração no resultado não alcançado e mais, prejudicar a saúde devido a deficiências nutricionais muitas vezes causadas por uma má conduta de alguém não qualificado para tal objetivo. De acordo com a legislação cabe ao profissional Nutricionista montar ou planejar uma dieta frente as necessidades individuais de cada paciente.
Em meio a pandemia, é completamente impossível sair para se exercitar sem o risco de contaminação. Contando com isso, quais as atividades que uma pessoa pode fazer em casa sem correr os riscos?
Existem diversos exercícios adaptados e muito funcionais com apenas o peso do corpo, porém como descrito acima uma orientação profissional de um educador físico é imprescindível para evitar riscos de lesão por algum movimento mal realizado sem a devida orientação.
Existem algumas pílulas naturais que são feitas à base de chá e se dizem possíveis na ajuda do emagrecimento. Quais são os riscos ao utilizar essas capsulas?
O risco é para quem consome sem orientação ou prescrição adequada.
Para uma pessoa atarefada, mesmo dentro de casa, quanto tempo no mínimo é preciso se exercitar e quantas vezes ao dia para se ter uma vida mais saudável?
A nova diretriz da OMS é que adultos façam atividade física moderada de 150 a 300 minutos ou de 75 a 150 minutos de atividade física intensa, quando não houver contraindicação.
Quais são os alimentos que ajudam no emagrecimento, sem a pessoa fazer loucuras para atingir a meta de redução de peso?
O emagrecimento acontece à partir de diversos fatores, não existem alimentos mágicos que sozinhos geram emagrecimento, o déficit calórico é um pilar importante dessa estratégia, de nada adianta comer saudável em quantidade exagerada. É preciso unir a qualidade do alimento, equilíbrio, sinergia e quantidade.
Conte um pouco sobre o seu Livro: “Direcionamento nutricional para o Triathlon. Como foi todo o processo ?
Durante o início da pandemia por ser autônoma sofri com uma redução drástica nos atendimentos e passei uma crise financeira, naquele momento passei alguns dias analisando o que poderia explorar e me aprofundei muito nos estudos, aperfeiçoando meu protocolo de atendimento, construindo material informativo, marketing digital e outras estratégias. Nesse processo na procura para material de estudos, percebi que não existia nenhum livro no mercado que envolvesse Triathlon e Nutrição, o que me chamou ainda mais atenção.
Outro ponto que observei era um grande número de profissionais nutricionistas que me procuravam para auxiliar com pacientes atletas e triatletas, com condutas, pois não conheciam muito o esporte, o que para mim sempre foi muito tranquilo devido minha vivência e experiência em treinos e provas. De acordo com a demanda decidi criar um material, como amo o que faço passei dias e madrugadas na produção, e ao final minha irmã sugeriu que criasse um livro. Fui atrás de entender como todo o processo funcionava, tinha um valor para investir e arrisquei, montei apresentação, fui atrás de bons profissionais para criação do layout e para que o livro transmitisse o que eu desejava. Calculei o valor que precisava para o lançamento e fui atrás de empresas do mesmo nicho que conhecessem meu trabalho para apoio do mesmo. E assim foi após milhares reuniões, fechamos o projeto junto a 6 empresas e a editora, e o lançamento foi realizado.
A ideia é trazer informação para todos que praticam, atuam até profissionais, com uma abordagem bem didática e fácil agradável leitura, dado o número crescente de triatletas. Gostei muito do processo e estou na construção do segundo após algumas sugestões de muitos leitores, contar toda minha história, o que há por traz de um Ironman ou melhor IrnoWoman (RISOS).
A senhora é especialista em Fisiologia do Exercício pela UFSCAR. Para os leitores que não estão cientes desse campo de estudo, poderia nos explicar mais sobre o que é analisado dentro dessa matéria?
É imprescindível para quem deseja atuar na área esportiva, dentro da Fisiologia nós estudamos como o nosso corpo funciona diante de um exercício ou atividade física, entender as diferentes reações e fontes energéticas por exemplo. Aliada ao conhecimento nutricional é uma importante base para conduzir um planejamento alimentar de um atleta, mantendo-o recuperado e saudável para dar conta da rotina extenuante de treinos e competições.
Além do campo científico, você também é considerado uma triatleta, participando de competições de vôlei e triathlon. Como essas modalidades se combinaram em sua vida e o que esporte significa para você?
Eu basicamente nasci em uma quadra de vôlei, devido a profissão do meu pai (foi atleta profissional de vôlei, e mais tarde participou de 3 olimpíadas com 2 medalhas de ouro na comissão técnica da seleção feminina de vôlei). Em casa nós respirávamos vôlei, o assunto sempre foi muito presente. Descobri minha paixão por esportes bem nova, acompanhando meu pai em jogos e treinos e acabei me envolvendo participando de alguns campeonatos. Porém não era minha “garota dos olhos”, desde a época da faculdade sempre gostei de correr, assim que conclui logo me inscrevi em minha primeira meia maratona, porém devido a uma lesão tive que me afastar da corrida, o que me permitiu conhecer o ciclismo.
Foi um desafio pois houve um desacordo inicial da família e eu tinha dificuldade para me equilibrar na bicicleta, porém com alguns tombos o desafio vencido. Após anos anos competindo duathlon, resolvi enfrentar meu outro medo e desafio e aprender a nadar e concluir meu primeiro triathlon short.
Foram muitas aventuras e histórias em toda essa jornada incluindo afogamento, muita emoção, pódios, choros e comemorações, vaga para mundial, o que está me rendendo o segundo livro (RISOS. Mas o Triathlon se consolidou na minha vida a partir da frequência dos atendimentos de atletas dessa modalidade. Fiquei fascinada ao assistir ao acompanhar a Competição de um deles e naquele momento percebi que além de Nutricionista dos grandes atletas eu desejava estar ali também competindo e sentindo toda adrenalina na área de competição e não mais como bastidor.
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