O cantor Luiz Gabriel Lopes apresenta “Sóis”, seu novo trabalho solo. O EP traz 5 faixas inéditas e conta com participações especiais de Vitor Ramil e Lola Membrillo (do grupo Perotá Chingó).
Em “Sóis”, Luiz Gabriel aprofunda sua pesquisa sonora que se equilibra entre o pop e as raízes da música brasileira, e que lhe rende uma das carreiras mais respeitadas da atual MPB. Além da trajetória solo, que conta com 4 lançamentos (“Passando Portas, 2010; “O Fazedor de Rios”, 2013; “Mana”, 2017 e “Presente”, 2020), Luiz é fundador dos grupos mineiros Graveola e Rosa Neon.
Desde o início do ano, o cantor e compositor lançou três canções em formato single, todas acompanhadas de um lyric vídeo exclusivo. “Vênus” é uma balada que evoca a influência dos Beatles em uma atmosfera atualizada pelo uso de synths e outras texturas sonoras até aqui inéditas em sua carreira solo. Confira a entrevista!
Recentemente, o lançamento do seu novo EP “Sóis” trouxe muitas novidades, entre elas, cinco faixas inéditas com participações especiais. O que a chegada desse projeto está representando para você?
Luiz Gabriel: Lançamento novo é sempre bom né? Tô feliz por entregar pro mundo mais um trabalho, mais um recorte da minha obra, feito sem pressa, cozinhado no fogo lento, com o cuidado e o carinho que as canções merecem.
Sendo dono de uma das consideradas maiores carreiras dentro da MPB brasileira, a sua sonoridade puxa raízes de diferentes bases, como o pop e outros gêneros musicais populares. Seguindo esse conceito, como classificaria a sua música e que sensações ela transmite?
Luiz Gabriel: Sinto que não sou a melhor pessoa pra classificar minha música, porque enxergo ela de dentro, sou parte dela… não tenho distanciamento pra encaixá-la numa prateleira. E pra falar a verdade, sinto que muitas vezes as classificações restringem mais do que expandem os significados de algo tão mágico como a música. Mas sim, tenho buscado estar aberto a uma ampla paleta de sonoridades, sem preconceitos. Ouço coisas muito diferentes, gosto de pesquisar sons do mundo inteiro, e acho que isso se manifesta no meu trabalho desde sempre. É algo bastante presente, por exemplo, na construção do trabalho com o Graveola, que foi minha primeira banda.
Notoriamente, a sua carreira solo vem sendo marcada por diversos sucessos, como o lançamento de seus quatro projetos na última década (2010-2020), porém, você é criador dos grupos Graveola e Rosa Neon. Como foram as suas experiências enquanto integrante de grupos musicais?
Luiz Gabriel: Sou um espírito agregador, gosto de conectar pessoas, projetos, ideias. Minha trajetória nos grupos tem a ver com isso, essa vontade de promover diálogos e potencializar a inteligência coletiva. Ter banda é uma doideira, uma mistura de família, casamento, trabalho, perrengue, sonho, delírio, é um monte de desafio e de maravilha, tudo junto. Um grande aprendizado que carrego comigo com muito carinho hoje, nesse novo momento.
Planejada para se tornar algo “inovador”, “Vênus” buscou transcender o espírito da atmosfera dos Beatles trazidos para os tempos atuais. Foi difícil conseguir processar todas essas essências em uma única composição?
Luiz Gabriel: Não sinto que tenha pensado muito racionalmente durante o processo de composição dessa música. Aliás, de maneira geral, tanto na composição como na produção das canções, tenho me guiado mais pela intuição, pela lei natural dos encontros. Como se a própria música revelasse os caminhos que ela quer percorrer, a roupa que lhe cabe melhor – o arranjo, a instrumentação… essas coisas. Eu observo as minhas canções como seres dotados de vontade própria, e tento apenas facilitar os processos pra que elas cumpram seu destino no mundo da melhor forma possível.
Como é contar com as participações de Vitor Ramil e Lola Membrillo em seu novo projeto?
Luiz Gabriel: Uma honraria sem tamanho. São artistas que eu admiro muito, cujas obras me inspiram profundamente, me ensinam milhares de coisas. Também são pessoas com quem tenho uma relação muito afetuosa, e portanto é uma alegria tê-los fortalecendo a barca e expandindo os significados das canções.
Nos conte um pouco quem é Luiz Gabriel Lopes.
Luiz Gabriel: Sou um artista brasileiro, buscando viver nesse mundo com alegria e coragem, desenvolver meu trabalho e compartilhar com o mundo da melhor forma possível. Ou, como diz o Belchior, “eu sou apenas um rapaz latinoamericano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”… hahaha.
Como espera que o EP seja recebido pelo público?
Luiz Gabriel: De olhos fechados, no fone de ouvido, ou no som alto na sala sem móveis, na pistinha de dança, ou na rodinha de violão, ao redor da fogueira pra cantar com os amigos… da maneira como cada um preferir.
Como foi o processo de escolha de cada canção que compôs o EP? E o que cada um significa para você?
Luiz Gabriel: Foi um processo de escuta profunda do material, de entender os fios invisíveis que ligavam cada canção. Estou quase sempre produzindo, aos poucos, então esse processo de escolha de repertório, de entender quais músicas formam famílias entre si, é meio que contínuo, e vai se mostrando naturalmente. Essas cinco canções são muito especiais pra mim, refletem uma parte do meu cancioneiro pela qual tenho grande carinho, e é isso, tô muito feliz de poder compartilhar com o público e receber as reverberações. Alegria!
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