Depois de um EP e uma série de singles, o duo Feito Café está revelando o projeto mais completo da carreira: o álbum “Stand-Up Drama”, antecipado pelo single e clipe “Parece”. A faixa, que versa sobre as incertezas da vida artística e os aprendizados diante das dificuldades, reflete o amadurecimento do trabalho de Letícia Pacheco e Hugo Oliveira e chega às principais plataformas de streaming. Confira a entrevista respondida pelo Hugo, representando o duo.
Você começou a revelar seu novo álbum “Stand-Up Drama” através da canção “Parece” que versa sobre as incertezas da vida artísticas e os aprendizados diante das dificuldades. O que podemos esperar desse projeto? E como tem sido a recepção do público?
“Stand-Up Drama” é um álbum que oferece reflexão quanto à passagem do tempo, à rapidez da vida e ao próprio sentido da existência. Parece meio pomposo, mas não é. São reflexões de duas pessoas comuns, cheias de sonhos, esperanças, medos e dúvidas. Apesar de não ser um álbum conceitual, as músicas acabam conversando entre si, e acredito que o disco faz mais sentido ainda se for escutado por inteiro, na ordem que está. A recepção do público tem sido muito boa, levando-se em consideração que não se trata de um álbum alegre.

Em que momento vocês viram que seria interessante falar sobre os obstáculos comuns na vida dos artistas independentes? Quais foram/ têm sido as maiores dificuldades que vocês viveram/vivem?
Olha, acho que é absolutamente pertinente falar sobre as dificuldades que os artistas independentes passam. É uma luta árdua, uma batalha que sempre oferece ferimentos nas esferas pessoais, profissionais e psicológicas, mas a galera é guerreira e segue persistindo. Como se não bastasse isso, o tipo de som que a gente e muitos outros artistas fazem não está nos holofotes da grande mídia, mais interessada num tipo de música que gera meme, sabe? É a “memetização” do mainstream: músicas que geram vídeos de dancinhas, que geram bordões e cliques… Mas que não serão lembradas daqui a um ano. Nossa maior dificuldade está situada mais ou menos nessa descrição: como comunicar com um público que esteja interessado no nosso tipo de música? Como fazer com que esse público consuma essa música, fazendo a roda desse nicho girar? Difícil… Mas a gente segue!

Teve mudanças na produção da gravação do álbum “Stand-Up Drama” em relação ao trabalho anterior, já que em algumas canções se trabalha com o acordeão e o clipe tem essa característica de leveza?
Muitas mudanças podem ser notadas comparando “Stand-Up Drama” com nossas outras canções. O produtor do disco, Clower Curtis, é o mesmo que gravou o double singe “Compactando o Agora”, mas a própria questão de se tratar de um álbum com nove músicas já oferece muitas mudanças. Muitos músicos e instrumentos, músicas com diferentes levadas e sentimentos, enfim, é um universo maior e mais complexo do nosso ponto de vista, mas criado com o intuito de ser consumido de forma natural pelo ouvinte. Trinta minutos e alguns segundos de muito esforço e criação coletiva.
Para a produção do clipe “Parece” teve referências da música popular brasileira?
Apesar de trabalharmos com canções que, em muitas ocasiões, apresentam influências da música internacional, o cancioneiro do Feito Café é brasileiro em sua essência. O clipe de “Parece” não teve influências específicas da MPB, mas sim, de um artista espanhol chamado Coque Malla. O clipe de uma de suas canções, “El último hombre em la tierra”, foi fundamental para a produção do nosso vídeo.

A participação do guitarrista Rick Ferreira tocando pedal steel e banjo foi um planejamento para ter essa harmonia entre as composições e os arranjos do álbum?
Sim. Quando percebi que o pedal steel ficaria lindo em “Parece”, assim como o banjo cairia bem em “Aquele Amor”, nosso ´produtor e amigo, Clower Curtis, logo convidou o grande Rick Ferreira para fazer as gravações dos instrumentos no nosso álbum. E não poderia ter ficado melhor. É muito especial pra gente ter esse registro de uma lenda da música brasileira em nosso primeiro álbum.
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