Regina Maria Maia é dubladora, atriz, bailarina clássica formada pela Escola de Dança do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Também professora de dança e Arquiteta Urbanista.
Em sua carreira de dublagem já deu voz a personagens incríveis como: Jessica Cruz/Green Lantern em DC Super Hero Girls; Régia/Samantha Arias em Supergirl; Molly em Máquina Mortífera; Gemma (Ranger Prata) em Power Rangers RPM; Kali em Stranger Things; Roxy no filme Kingsman; Comandante Lin Mae no filme A Grande Muralha; Nadia Arguelles na Novela “O Que a Vida me Roubou”; Kana no anime “Parasyte: The Maxim”; Cerejinha em Adventure Time; Rosita em A bailarina; Karen Mayron em Pai em dose dupla 1 e 2; Joan Berkeley em Riverdale; entre outros vários trabalhos maravilhosos.
Em entrevista, Regina contou um pouco sobre sua carreira, que tipo de personagem ela gostaria de dublar no futuro e muito mais. Confira:
Primeiramente, é um prazer que tenha aceitado a entrevista, muito obrigado por isso. Você já dublou vários personagens incríveis, apesar disso, tem algum personagem que você gostaria muito de dublar?
“Antes de tudo gostaria de agradecer a Andrezza pelo convite pra falar um pouco sobre a minha carreira! Ao longo desses anos, dublei personagens muito especiais: mocinhas, vilãs, animações, games… Respondendo a sua pergunta: sempre quis dublar algum personagem da Disney. Uma princesa, uma vilã, algum desenho ou live action, etc. Também adoro filmes de época”.
Dando voz a personagens como a Cerejinha de Adventure Time, Célia em Apenas um Show, entre outros. Como você é recebida pelo público infantil?
“Atualmente eu sou a voz da Jessica Cruz / Green Lantern no desenho da DC Super Hero Girls. Fiquei muito feliz ao ser aprovada nesse teste e contracenar mais uma vez ao lado do meu irmão Philippe Maia, que é o dublador do Hal Jordan / Green Lantern. Tenho recebido muitas mensagens carinhosas dos fãs do desenho (crianças e adultos). Esse feedback positivo é muito gratificante. Adoro dublar a Jessica Cruz. É lindo você sentir a emoção das crianças! Há pouco tempo também estreou o Anime ‘Parasyte: The Maxim’, onde eu dublo a Kana. Também curti muito esse trabalho e o carinho de muitos fãs. Gosto muito do público infantil. Além de professora de ballet para adultos, fui professora de ballet infantil também, durante alguns anos”.
Como surgiu o amor pela dublagem? Conte-nos um pouco sobre o seu início na carreira.
“Comecei a dublar em 2006, na Herbert Richers, quando ainda estudava Arquitetura e trabalhava como bailarina profissional. Desde criança, meu pai sempre nos chamava atenção para a dublagem, fazendo com que reconhecêssemos as vozes. Eu adorava a voz do dublador Carlos Marques (dentre várias outras) e sempre o identificava e associava aos seus outros trabalhos. Assistia muitos desenhos, séries e filmes com meu irmão e achava a dublagem mágica. Naquela época, o dublador ainda ficava no anonimato e eu achava isso incrível. Ficava imaginando como seriam as pessoas que eram donas daquelas vozes. Meu irmão começou a fazer curso de dublagem no começo dos anos 90 e eu ía buscá-lo muitas vezes com meus pais. Ainda não imaginava que esse seria o meu caminho também. O tempo passou, eu cresci dedicada à dança, me formei no Ballet, na Arquitetura, estagiei no Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dancei profissionalmente no Brasil e na Itália. Fiz cursos de Teatro Musical, inclusive na Broadway, fiz curso de interpretação pra TV, trabalhei em musicais e, também como bailarina, com a Walt Disney Company no Brasil. Em 2006, quando estava me apresentando como atriz e bailarina numa peça de Teatro, minha amiga dubladora, Flávia Saddy (também professora), foi assistir à peça e perguntou porque eu não fazia um curso de dublagem. Achei a ideia interessante e resolvi fazer uma aula. Posso dizer que me encantei por essa profissão e percebi que queria seguir adiante. Fiz o curso com a Mabel Cezar e fui convidada pela dubladora Carmem Sheila (outra voz que marcou minha infância) para fazer um teste na Herbert Richers. Lá na Herbert, eu comecei a dublar meu primeiro personagem fixo: a Gemma/Ranger Prata em Power Rangers RPM. Recebo muito carinho dos fãs de Power Rangers até hoje. Por uma coincidência, foi a primeira vez que contracenei com meu irmão Philippe Maia (o Gem /Ranger Dourado)”.
Em Supernatural, você dublou a Samantha (além de outras personagens), dividindo espaço com seu irmão Philippe Maia (Sam Winchester). Como foi essa experiência?
“Sim! Dublei a Samantha em Supernatural. Também dublei a Cindy (na mesma temporada), contracenando com meu irmão. É uma experiência muito bacana. Isso já aconteceu várias vezes! No caso de Supernatural e Super Hero Girls, eu já sabia que estava contracenando com ele, mas já aconteceu algumas outras vezes, em outras produções, de não saber que era ele dublando aquela cena comigo. Somente no final o diretor me falou. Em Homem-Aranha no Aranhaverso, eu faço uma dobradinha com meu irmão na cena pós-créditos. Só descobrimos que estávamos contracenando depois, ao assistir o filme. Foi bem interessante! Também contracenei com meu irmão no filme ‘Animais Fantásticos os Crimes de Grindelwald’. Eu dublo a Bunty”.
Você deu a voz a Kali, em Stranger Things. Como foi participar dessa série que tem chamado tanta atenção do público? Acredita que ela possa reaparecer em algum momento?
“Sim! Sou a voz da Kali (a Eight) em Stranger Things. Por amar os anos 80, os filmes e a música dessa década, gostei bastante. Acho a série muito interessante. Eu já tinha assistido a primeira temporada e dublado algumas pontas. Quando veio a segunda temporada e dublei a Kali, fiquei bem feliz. Acho ela uma personagem diferente, misteriosa. Gosto bastante disso. Acredito que no momento certo ela volte a aparecer”.
Qual personagem você considera mais importante?
“É difícil escolher o mais importante. Várias personagens que dublei até hoje contribuíram (e contribuem) para o meu amadurecimento na profissão. Nós crescemos com a experiência, com cada oportunidade que nos é dada. Eu diria que um trabalho que contribuiu bastante para o meu crescimento, foi a Nadia, da novela ‘O Que a Vida me Roubou’. É um papel grande, a novela é longa, intensa. A Nádia sofre demais a novela toda e eu tive tempo de amadurecer junto com ela. Me emocionei de verdade em várias cenas. A novela está sendo reprisada atualmente no SBT e estou tendo a oportunidade de revê-la. Uma outra personagem que tenho um carinho enorme, é a Régia / Samantha Arias em Supergirl. Por ela ser uma das principais antagonistas de Supergirl, e não saber nada sobre sua origem, além de ser uma destruidora de mundos, foi um trabalho bastante difícil e gostoso de fazer. Foi muito bacana embarcar nessa jornada, descobrir poderes e me descobrir também como vilã. Esse contraste de ‘boa/má’ me agradou muito. Na mesma cena eu era as duas, a Sam e a Régia”.
Prefere dublar vilã ou mocinha? Por que?
“Eu gosto de todo tipo de papel. Gosto das mocinhas e também gosto das vilãs. Acho muito bom a gente sair da nossa ‘zona de conforto’. Na vida real, sou uma pessoa muito calma, muito tranquila. Dublar vilã desperta em mim um outro lado. Gosto demais disso também!! Tenho oportunidade de mostrar uma outra ‘Regina’! Que venham mais vilãs e mocinhas!”.
Deixe uma mensagem ao público.
“Quero agradecer a você, Andrezza, pela oportunidade de falar um pouco sobre minha profissão e minha vida. Agradeço também a todos os colegas e diretores, por cada oportunidade, por cada loop. Agradeço o carinho do público e dos fãs da dublagem. Esse carinho é muito importante para nós. Mostra o respeito, a admiração e o valor que dão a nossa profissão. Isso é muito gratificante e estimulante. Nós ‘entramos’ nas casas das pessoas, nós passamos todas as emoções daqueles personagens e temos que fazer isso com verdade. Muito obrigada!!”.
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