Depois de surpreender com a sonoridade de jazz alternativo, indie, dream pop, pós-punk, soul psicodélico, bossa nova e dub de seu segundo EP, “Wasn’t there, someone told me”, a cantora, compositora e guitarrista inglesa de origem portuguesa Sonia Bernardo mostra novos contornos de “All you leave is love”, um dos destaques do álbum. O remix assinado pela banda Django Django explora o lado mais climático da canção, originalmente calcada na potência do vocal, bateria e guitarra. O single chega às plataformas de streaming pelo selo Seloki Records e ganha um clipe. Confira a entrevista:
Após trazer a sonoridade de jazz alternativo, indie, dream pop, pós-punk, soul psicodélico, bossa nova e dub de seu segundo EP, “Wasn’t there, someone told me”, pode-se dizer que achar o estilo certo das canções ou mesmo a sonoridade ideal para um albúm é de fato uma das tarefas mais difíceis para o artista?
Antes eu tentava controlar a sonoridade, agora eu tento explorar cada canção com o melhor que tenho. Tento traduzir o que quero dizer com a sonoridade que mais se aplica a mensagem. Mas ainda estou a tentar experimentar e a tentar captar a essência do meu som.
Em “Wasn’t There, Someone Told Me”, você mergulha fundo nas melodias que adora criar. As canções exploram temáticas que vão de pertencimento e identidade a autoconhecimento. Como foi o trabalho de composição das músicas do EP, que teve participação de Dave McLean?
Todas as minhas músicas no fundo são sobre pertencimento (talvez todas as músicas sejam sobre pertencimento). Eu escrevo todas as minhas músicas por conta própria e depois as toco para Dave, cuja opinião eu confio e começamos a trabalhar na produção do ponto de vista dele. Grande parte da produção é feita por mim, já que sou uma maníaca por controle, mas Dave é essencial para unir todas as minhas ideias, analisá-las e me dizer quando estiver pronto. Tenho dificuldade em decidir quando uma música está pronta, então se não fosse por ele, eu não teria lançado nada.
Quando vamos seguindo a carreira de um artista, ficamos cientes sobre um pouco da vida dele. O que devemos saber mais sobre Sonia Bernardo?
Sou uma londrina e filha de portugueses que, por conta do meu péssimo comportamento na escola, era colocada em diversas atividades extra curriculares. Eu odiava aquilo! Até que um dia descobri que poderia fazer música e escrever scripts (assim eu não teria que atuar). Aos 17 anos comecei uma banda de blues e era parte de mais de 6 bandas indie até que decidi seguir minha carreira solo. Eu estudei ciências na universidade, meu pai dizia que arte não era uma carreira. Tenho um gato chamado Chico. Sou Sagitariana.
Para cada artista a música tem um significado diferente. Em sua visão, o que é a canção e o que faz com que as pessoas sejam tão apaixonadas por escutá-las?
Musicas são como fragmentos de tempo que nunca voltarão, uma emoção que nunca será sentida de novo e um sentimento que só pode ser acessado através da escuta. É por isso que as pessoas fazem música e o motivo pelo qual a escutam.
Quais são os maiores diferenciais das suas canções para os outros artistas?
Eu creio que talvez o curioso fato de eu ser meio louca pelo Fado, pela música portuguesa e ao mesmo tempo os The Strokes. Talvez seja intressante. Não sei dizer se é bom ou ruim, mas é interessante.
O álbum possui misturas de muitas sonoridades. Estes ritmos são os que mais te atraem? Como trabalhou para juntá-los até descobrir o estilo perfeito para o álbum?
Ritmos brasileiros e o afrobeat são os mais interessantes pra mim, basicamente por que é o que eu sei e o que eu cresci escutando. É o que eu gosto. Eu também escuto todos os tipos de música e e definitivamente amo muitos gêneros, desde ska, jazz, funk, fado até o alternativo. O segredo é fazer tudo isso funcionar, o que eu sinceramente sinto que as vezes não consigo conciliar. Aos poucos eu estou criando meu próprio som vindo das brisas que tenho na minha cabeça.
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