O programa IDADE MÍDIA, produzido pela Deusdará Filmes e exibido pelo Canal Futura, anuncia sua segunda temporada, e abre edital para selecionar alunos de universidades de todo o Brasil. Com estreia prevista para o segundo semestre deste ano, a nova temporada reunirá cinco estudantes de diferentes gêneros e regiões do país, para realizar o programa, sob orientação e apresentação do professor e pesquisador Alexandre Sayad. Confira a entrevista:
Nos últimos meses, foi anunciada a preparação da segunda temporada do “Idade Mídia”, onde o Canal Futura está focando na criação de mídias voltadas à educação. Em um mundo onde os jovens estão cada vez mais conectados aos streamings, YouTube, e cada vez mais longe da TV por assinatura. Como os programas educativos estão conseguindo se encaixar na competição pela atenção da juventude atual?
A tarefa de educar para as mídias, que nós costumamos chamar de educação midiática, é fundamental para a cidadania hoje. E não para as crianças e jovens, mas para adultos, idosos, enfim, a população geral. Então a escola não é a única que tem esse dever da oferecer a educação midiática. As mídias (TV, rádio, Internet), a cultura, o entretenimento, todos têm parcela de responsabilidade na educação. Há um antigo provérbio africano que diz que “é preciso uma ladeia inteira para se educar uma criança”. A televisão ainda é no Brasil um veículo de grande alcance (assim como o rádio), então programas educativos chegam muitas e muitos locais e a um público em que a conexão banda larga ainda não é uma realidade.
Um dos principais objetivos do projeto em recrutar esses jovens é o de aglomeram o interesse pelos conhecimentos da mídia desenvolvendo atividades didáticas e entrando em contato com determinado mundo lúdico. O “Idade Mídia” pode ser considerado uma extensão para as atividades desenvolvidas nas salas de aula físicas?
Sim, é isso mesmo. Tudo que fazemos no programa, com os jovens ou nas reportagens regulares, as entrevistas, as práticas pesquisadas, podem servir de guia, de inspiração para as salas de aulas, espaços de educação não-formal e também para a família refletir e trabalhar com os filhos. Inclusive aprender com eles.
No momento atual do país, as instituições de ensino têm sido grandes alvos em debates sobre o retorno de suas atividades. Vocês acreditam que esse seja um momento bom para vocês e o público aproveitarem uns aos outros?
As mídias digitais hoje são elementos de linguagem, são “tecnologias da inteligência”, como definiu o educador francês Pierre Levy. Vemos, interpretamos e interferimos no mundo pelas mídias. Por isso, mesmo bem antes da pandemia, é o momento de superarmos o olhar de que as mídias são “ferramentas”, ou o “meio” para algo. Elas são a finalidade em si, a linguagem em si. Então responder a elas com ética, criatividade e fluência é algo fundamental na contemporaneidade.
Quais são os principais temas que vocês acreditam poder abordar nessa nova temporada de pesquisas da equipe pedagógica do programa junto aos participantes?
Somos uma equipe transdisciplinar e nossa abordagem sobre os temas é pouco ortodoxa. Olhamos a educação com uma miada bem ampla. Tudo educa. Seu site educa. Falaremos de inteligência artificial, da urgência em tratar da educação híbrida, do papel da família e da comunidade na educação. Serão 13 programas com recortes muito interessantes nos temas da educação e mídia.
Vocês acreditam que o “Idade Mídia” pode ser uma abertura para que até mesmo outros programas como este sejam abertos no futuro?
Sim, inspirar é muito importante. Acredito que quanto mais iniciativas de qualidade sobre esse tema, melhor para a sociedade. Nos fortalecemos enquanto país se soubermos ler, analisar e produzir junto às mídias. O pensamento crítico é uma competência das mais carentes no Brasil de hoje.
Com o sucesso da primeira temporada, a criação da segunda, podemos esperar que futuramente teremos uma terceira temporada do programa “Idade Mídia”?
É cedo para falar. Temas, entusiasmo, criatividade e vontade não sobram! Assim esperamos!
Como se dá essa parceria entre Alexandre Sayad, Canal Futura e Deusdará Filmes?
O Idade Mídia é fruto do meu trabalho de mais de 20 anos como pesquisador na educação. Este nome teve origem em 2002, em um projeto para alunos de uma escola em São Paulo. Em 2011 escrevi o livro que virou uma referência no tema da educação midiática. A ideia e transformar e tensionar esses temas em um programa de televisão veio junto com o diretor Leonardo Brant, da DeusDará Filmes. Gravamos um piloto. O Canal Futura adorou a ideia e topou co-produzir com a DeusDará.
Qual é a importância de se ter um conteúdo como o “Idade Mídia”?
É tornar o tema da educação midiática acessível a todos, de maneira simples e direta. É ajudar a desenvolver o pensamento crítico e a cidadania digital e global.
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