O cantor e compositor uruguaio Daniel Drexler lançou na última semana, em todas as plataformas digitais, a música “Salvando la Distancia”, composta em homenagem as suas filhas durante uma turnê no Brasil.
Ele diz acreditar que a composição foi feita como um veículo emocional, que o permitisse encontrar com elas antes de dormir. “Sempre tive a certeza de que a música tem a capacidade de gerar universos paralelos, que podem burlar as regras do tempo-espaço”.
Daniel continua comentando sobre quando a música é boa, ela tem a chave para recriar dentro de nosso cérebro, uma circunstância vivida de uma maneira tão maravilhosa que, “quando a ouvimos, podemos revivê-la em todas as suas dimensões”, completa citando Caetano Veloso na música Genipapo Absoluto: “[…] cantar é mais do que lembrar, é mais do que ter tido aquilo então”.
O artista prossegue com a crença de que a música pode recriar vividamente na nossa memória e em nossos sentidos de uma pessoa que está distantes. “Escrevi ‘Salvando la Distancia’ com o desejo profundo de que a música funcionasse bidirecionalmente – para mim e para minhas filhas – pouco antes de irmos dormir”.
No meio da pandemia, ele julga que a distância assume outros sentidos e que algumas são impossíveis de superar. E mesmo que a tecnologia ajude a suavizar a solidão e o afastamento, não há nada que possa substituir um bom abraço. “Hoje em dia, quando canto ‘Salvando la Distancia’, penso também na distância que a pandemia gerou entre nossos filhos e seus avós e na importância dramática que tem recuperar esse vínculo para nossos idosos”.
A faixa faz parte de “Aire”, o novo álbum de Daniel Drexler. Um trabalho audiovisual que tem como novidade o espaço sonoro que atua como protagonista. A produção artística trabalhou na busca pelo protagonismo dos arranjos das vozes e com o minimalismo instrumental.
