Apesar da quarentena ser o melhor modo de se diminuir a taxa de infectados pelo novo coronavírus, o meio tem trazido um maior impacto para a vida de mulheres que sofrem de violência doméstica. Por não poderem sair de casa, as vítimas se vêem presas ao seu agressor. Pensando nisso, o aplicativo Âmago foi criado.
Ele é um botão de emergência que não emite nenhum som ou luz ao ser acionado, mantendo a segurança da vítima.
De acordo com matéria publicada no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o registro de denúncias/ocorrências de crimes domésticos diminuíram 43% só na Itália. Além disso, o Telefone Rosa, afirmou que desde o início do isolamento, caíram 55% as ligações nas duas primeiras semanas de março. Muitas vezes, por medo de seus parceiros, já que estão trancafiados 24 horas juntos.
Já no Brasil, segundo a Central de Atendimento à Mulher, a cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de agressão e a cada uma hora e meia, uma mulher morre no país, vítima de violência doméstica. De acordo com o Ministério da Mulher esses casos aumentaram ainda mais. Com a determinação do isolamento social, o número de denúncias contra abusos domésticos, aumentou em 9%.
Números como esses incentivam projetos como o Âmago. “O Âmago vai muito além de um novo produto no mercado. Ele tem um papel crucial na vida de milhares de mulheres no Brasil e pode ser um dos passos para salvar muitas vidas”, explica uma das fundadoras do projeto, Babi Nascimento.
Tendo um diferencial de ser gratuito, o Âmago garante que em três segundos até cinco pessoas da confiança da vítima serão notificadas sobre o risco que a mulher está correndo. O botão de pânico é conectado por Bluetooth ao aplicativo, e quando acionado pela vítima, envia sua localização junto a uma mensagem de alerta para os contatos cadastrados.
O aplicativo é mascarado para que o agressor não o identifique como uma alternativa de socorro. “Desenhamos o aplicativo pensando na mulher vítima de violência doméstica. Então, para que o agressor não identifique o app como um botão de pânico, serão exibidos conteúdos como receitas, decoração, moda entre outros assuntos que fazem parte do universo feminino. A funcionalidade de configuração do botão de pânico será algo mais ‘escondido’ dentro do aplicativo, até para não ficar muito evidente caso alguém tenha acesso ao celular da vítima”, conta Babi.
Para o projeto acontecer, o Âmago precisa de parcerias com empresas que se identificam com a causa. “Nosso projeto é financiado por marcas engajadas contra a violência doméstica, assim como nós. O patrocínio que é dado serve para financiar o projeto no envio gratuito dos botões para as mulheres cadastradas em nossa plataforma”, finaliza.
Como garantir o Âmago?
Para conseguir o botão, é preciso que a mulher passe por 3 etapas. Na primeira, é preciso acessar o site https://amago.app/ e preencher o formulário de pedido, que leva menos de 5 minutos para ser feito. Na segunda etapa, cabe aos nossos parceiros financiarem o botão. De acordo com o avanço dos financiamentos, os botões são enviados seguindo a fila de pedidos. Neste momento é preciso apenas aguardar para que o botão de pânico Âmago seja enviado!
E por fim, a terceira etapa, é o momento onde a mulher recebe o botão no endereço informado no pedido. Tendo o Âmago em mãos, é preciso só baixar o aplicativo e seguir o passo a passo. Nessa etapa, tudo já está pronto para a proteção da mulher e inclusive é importante que ela converse com as pessoas que pretende cadastrar no aplicativo antes mesmo de configurá-lo. O Âmago precisa ser mantido em um local seguro, para que a mulher tenha fácil acesso em uma situação de risco. Ele é uma alternativa de segurança que deve ser bem comunicada às pessoas de confiança, até para que todo o processo funcione bem.
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