O isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19 aumentou os casos de depressão e da ansiedade no dia a dia dos brasileiros. Segundo levantamento feito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) com 1.460 pessoas de 23 estados, o número de casos de depressão aumentaram 90% e as crises de ansiedade aumentaram em 71%. Neste dia da alegria, celebrado em 8 de julho, especialistas recomendam o bom humor para o enfrentamento das situações de instabilidade.
Segundo a psicóloga e neuropsicóloga Valéria Andraus Georges, que possui um consultório no centro clínico do Órion Complex, a sensação de ficar confinados e não ter o controle sobre sair de casa afetou profundamente as pessoas. “A incerteza de não saber quando a quarentena irá acabar e sobre a situação econômica nos próximos meses pode ser um gatilho para o descontrole e deixar as pessoas mais angustiadas”, explica Valéria.
A psicóloga Daniela Dias Barros Schmidt, que também atende no Órion Complex, acredita também que os impactos psicológicos na população são resultados de uma mudança repentina que exigiu uma rápida adaptação de todos. “As pessoas foram pegas de surpresa e aumentou uma sensação de prisão como se o direito de ir e vir fosse retirado delas. Além disso, o isolamento contribuiu para o aumento de casos de insônia, depressão e crise de pânico”, ressalta a psicóloga.
Para combater o estresse é importante estimular a produção de endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina, considerados os hormônios da felicidade. Todos eles são produzidos pelo organismo e liberados em situações específicas, como a prática esportiva e meditação. Por isso, o autocuidado é uma das recomendações de Valéria: “É necessário ter um carinho consigo mesmo, um cuidado com a aparência para aumentar a alegria durante o período de isolamento social. Mesmo que a pessoa não possa sair de casa, é algo que qualquer um pode fazer para se valorizar. Levantar, se vestir e procurar atividades que te deixem bem”, indica.
A psicóloga também chama a atenção para uma alimentação saudável. “Muitas pessoas começaram a comer mais açúcar e carboidratos durante o período de isolamento social e essa desregulação pode causar doenças e afetar diretamente as emoções”.
Para Daniela Schmidt é importante manter uma rotina nos seus horários e atividades. “Ter horários definidos para trabalhar, conversar com outras pessoas, se divertir e se exercitar pode contribuir para diminuir os sintomas de ansiedade, por exemplo”, destaca a psicóloga.
E ela continua: “Nossa rotina foi quebrada e modificada. O sair de casa foi completamente afetado. Por isso, é importante criar atividades em casa para se manter ativo, mesmo as pessoas que moram sozinhas”, destaca Daniela que recomenda o uso da tecnologia para manter o mínimo de contato social. “É possível demonstrar amor e carinho através de uma videochamada ou de uma ligação de maneira fácil e barata, algo que seria difícil em outras épocas”.
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