Em um país que registrou 14,7 milhões de desempregados no primeiro trimestre de 2021, pode ser difícil entender como as empresas da construção civil enfrentam dificuldades para preencher as mais de 200 mil novas vagas previstas para este ano no segmento, de acordo com estimativa da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC). Mas, além dos desafios impostos pela Covid-19, as construtoras e incorporadoras enfrentam um problema antigo no Brasil: a falta de mão de obra qualificada. É por isso que o investimento das próprias empresas na qualificação da mão de obra se tornou uma tendência cada vez mais em alta no mercado.
Em Goiânia, a City Soluções Urbanas e a O.M. Incorporadora investem em treinamentos, palestras e cursos para assegurar que os colaboradores desenvolvam suas habilidades e conhecimentos e assim possam alcançar o padrão de qualidade estabelecido pelas empresas. De acordo com o engenheiro Glauco Antônio Magalhães, gerente de Engenharia da City, a realização de ações e iniciativas de qualificação são imprescindíveis para que a empresa alcance os resultados esperados e também contribui para que os prazos e orçamentos das obras sejam cumpridos, principalmente em um contexto de tantos contratempos provocados pela pandemia.
“O treinamento com o colaborador precisa ser constante, para mantermos uma baixa rotatividade de pessoal. Os treinamentos vão desde o recebimento dos materiais e insumos que serão utilizados nas obras até a elaboração dos projetos e a execução dos serviços. Precisamos alimentar o nosso sistema de gestão da qualidade para mantê-lo forte e atuante. Continuar construindo durante a pandemia e cumprir os prazos tem sido um enorme desafio, e para manter a Covid-19 fora dos canteiros, também adotamos diversos protocolos que garantem a saúde física e mental de nossos funcionários”, destaca Glauco.
O gerente de engenharia destaca que outra ação importante para o aperfeiçoamento da mão de obra da empresa é a realização de treinamentos em parceria com os fornecedores. Quando novos equipamentos ou ferramentas de alta complexidade para as obras são adquiridos, um representante do fornecedor vai até a obra e explica em detalhes o seu funcionamento. Esta parceria evita o chamado retrabalho, quando uma atividade que já havia sido realizada precisa ser refeita, e também impede que equipamentos de alto custo percam a garantia por mau uso ou má execução.
“Além dos treinamentos internos, é muito produtivo inserir o nosso fornecedor neste processo. Recentemente, adquirimos um novo tipo de pistola finca pino para as obras, que é uma ferramenta utilizada na fixação de telas nos pilares para ancoragem da alvenaria, e um representante da empresa fornecedora veio até a City para realizar um treinamento mostrando o funcionamento completo do novo equipamento. Além de trazer muito mais segurança para os funcionários, esse tipo de ação também encurta o tempo de adaptação às novidades, de forma que conseguimos alcançar maior produtividade e melhor manutenção do equipamento”, explica Glauco.
No canteiro de obras, os trabalhadores são unânimes ao ressaltar a importância dos treinamentos constantes. O mestre de obras Joaquim Paulo de Oliveira, colaborador da City há três anos, acredita que o rendimento dos operários melhora significativamente quando toda a equipe está atualizada e qualificada.
“Os treinamentos são importantíssimos. Por exemplo, se um operário vai usar uma furadeira em um bloco de concreto e não conhece bem o equipamento, pode utilizar de forma errada e acabar estragando a máquina. Quanto mais treinamento, melhor é o rendimento da equipe. A evolução é em todos os aspectos. A qualidade da obra aumenta, e o ritmo de trabalho ganha muito mais agilidade”, explica Joaquim.
Paralelamente ao processo de qualificação da mão de obra, a City e a O.M. têm investido também na aquisição de equipamentos modernos e que se transformam em grandes aliados dos operários no dia a dia das obras. As edificações em construção atualmente utilizam gruas, que facilitam a movimentação de cargas e materiais pesados no canteiro e ajudam na etapa de estruturação, fazendo com que prazos de concretagens possam ter ciclos menores e com isso reduzindo o tempo de obra.
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