O ano de 2021 está chegando ao final. Hoje sendo o último dia desse ano que nos trouxe tantas coisas, sejam positivas ou negativas, decidimos conversar com a astróloga, Virginia Gaia para compreender quais são as expectativas para 2022.
A Astrologia é pop e na época de final de ano ganha ainda mais destaque já que quase todo mundo quer saber um pouco das previsões para o ano que chega. No entanto, algumas vezes as pessoas espalham informações bastante equivocadas sobre alguns temas que acabam viralizando e gerando um certo pânico. A fase da Lua na virada do ano calendário é um exemplo típico dessa desinformação.
A Lua é minguante na noite de Réveillon, mas a Lua Nova chega já no domingo, 2 de janeiro de 2022. Ou seja, um novo ciclo lunar começa logo depois do Réveillon. É uma oportunidade incrível para celebrar o ano-novo com muita energia de transformação.
Em conversa com a astróloga, debatemos um pouco mais sobre esse assunto, tendo dicas do que fazer e o que não fazer durante a virada do ano e muito mais. Confira a entrevista completa:
Em questão sobre o ano novo, ele já existe há mais de 4 mil anos, iniciado na Mesopotâmia, sendo celebrado o fim do inverno e a chegada da primavera. Esse ciclo cresceu e até hoje existe essa celebração pelo ano que passou e o ano que está por vir. Analisando o contexto, quais foram as maiores mudanças que ocorreram, em sua visão, da celebração do passado para as de hoje?
Em relação ao ano novo, o que a gente tem que entender? Quando a gente está falando da celebração do novo ano, isso varia um pouco de acordo com as culturas. Você tinha ali na Grécia Antiga, por exemplo, o início da primavera, até anterior à Grécia Antiga. Na Mesopotâmia também se tinha o equinócio da primavera, que realmente marcava ali o ingresso do Sol no primeiro signo do Zodíaco. Esse é o ano novo astrológico que a gente tem até hoje, só que a gente teve a mudança de calendário. O calendário que a gente tem hoje é Gregoriano, Juliano, que acabou fazendo algumas adaptações, mas de qualquer forma, a gente continua seguindo o calendário que é solar. Todos os calendários que a gente tem são solares ou lunares, até mesmo lunissolares, justamente por acompanhar sol e lua, que são os dois astros com impacto direto. Esses astros fazem com que a gente sinta muito em relação às estações do ano.
A gente mudou bastante nesse período, primeiro a gente tinha algo mais relacionado aos ciclos naturais propriamente dito. Começando o ano novo no ciclo agrícola, com a primavera e isso acontece em março, ou dia 20 ou 21,que tem a primavera. Hoje a gente acabou trazendo a ideia da festa do renascimento do Sol, que é a festa do solstício de inverno no hemisfério norte, que acontece no dia 21 de dezembro. E aí juntou um pouco vários mitos dessa época do ano, você tinha o retorno do sol e de deuses solares, incluindo Osíris, no antigo Egito, você tem Mitra (…) Vários deuses que nascem nessa época do ano. Isso foi muito incorporado pelo próprio cristianismo com a ideia da data do nascimento de Jesus, que acabou se emendando para o ano novo. Eram conceitos diferentes, a gente tinha 21 de dezembro com a ideia do renascimento do sol por conta do solstício de inverno, depois equinócio da primavera, um novo ano astrológico, isso quando a gente estava diretamente relacionado aos ciclos naturais e de estações climáticas. Hoje a gente teve adaptações que foram vários calendários né, começa ali na história da Mesopotâmia depois você vai ter os Gregos, os Romanos. A gente vai ter muita influência na história do calendário Romano.
Tem várias adaptações, aí tem o calendário Gregoriano, Juliano, enfim tem o calendário que a gente acabou adotando aqui. Sempre é válido celebrar, bacana pensar em um novo ciclo, ainda que a gente tenha essa diferença do calendário. O ano novo astrológico, para quem acompanha, também é um período que a gente acaba curtindo um pouco essa energia. De qualquer forma, é uma celebração coletiva e sempre uma celebração coletiva acaba formando o que a gente chama no ocultismo, na magia de Grégora. Ou seja, várias pessoas ali com uma mesma intenção, numa mesma vibração, e isso é sempre bacana da gente aproveitar essa energia de maneira produtiva, saudável e bacana. Então, a gente mudou muitas coisas, mas a essência de celebrar o novo e fazer votos é algo que você vê que ainda está muito presente na nossa cultura. E eu acho que é algo inerente ao ser humano, uma vez que a natureza é cíclica, a gente tem essa ideia de tempo, de ciclo muito presente na nossa cultura.
Quais são os maiores mitos que você já escutou sobre o fim do ano?
Falando dos mitos modernos, acho que as pessoas hoje têm uma sensação de que o mundo vai acabar, a gente criou uma cultura muito de consumo e acho que isso acaba desvirtuando um pouco a ideia de celebração dos ciclos naturais. A gente deixou de viver mitos relacionados aos deuses, das culturas e dos ciclos naturais, para viver um ciclo de consumo. Acho que é isso que as pessoas tem que pensar e repensar, a gente tá no momento astrológico, momento histórico que pede realmente para pensar e repensar os nossos padrões de consumo.
Acho que essa é uma reflexão importante para a gente ter nesse período. A gente tem que desfazer esse mito de culto ao consumo, invés de culto aos ciclos naturais, ao ciclo da vida, no universo. Então, acho que isso é um ponto bacana da gente refletir, que a gente não precisa necessariamente entrar nessa lógica de consumo e essa ideia de que o mundo vai acabar, que tem que comprar um monte de coisa, tem que comer, tem que beber (…) Às vezes a gente pode iniciar o ano muito bem fazendo coisas muito simples e muito gostosas que acho que esse é o fundamental da gente pensar nessa época do ano.
E quais são as suas previsões para 2022?
As principais influências são essencialmente a quadratura de Saturno e Urano. Isso ainda traz algumas tensões no âmbito econômico e social, algumas tensões em relação à pandemia. Existe uma retomada, uma melhora, mas ainda não é volta a padrões de 2019. Isso é uma coisa importante da gente ter em mente, 2022 as coisas podem ser mais administráveis, mas ainda temos que tomar cuidados. De qualquer forma, as mudanças sociais que a gente experimentou nos últimos dois anos, vão gerar algumas mudanças bem profundas e definitivas. A gente ainda está no ano de adaptação. É mais leve, é uma coisa mais gradual.
O ano de 2020 foi uma coisa bem pesada, 2021 também ainda difícil, mas acho que o pior já passou. Agora é uma questão da gente conseguir se adaptar às coisas, até porque a gente conseguiu se adaptar e a gente está se adaptando às pessoas ainda. A gente sabe que ainda existem muitas pessoas em situações bem complicadas e acho que é momento da gente pensar no que a gente coletivamente pode fazer para melhorar essa situação como um todo, porque é um período todo que a gente está vivendo que pede para que a gente tenha o nosso senso de coletividade bastante aprimorado, senso de coletividade muito presente.
Diante de todos os problemas que ainda assolam o mundo, como é possível ainda se ter esperança que em 2022 tudo será melhor?
Claro, a gente tem que ser otimista, eu sou uma grande otimista. A gente ainda tem muitas dificuldades, não dá para dizer que vai ser igualzinho 2019, até porque algumas mudanças não vamos voltar atrás, vamos continuar vivendo. Mas acho que o pior já passou, a gente ainda pode ter alguns momentos um pouco tensos, alguns momentos ainda de tomar medidas um pouco mais duras, outras de medidas um pouco mais tranquila, mas de maneira geral, acho que a gente já está começando a aprender a se adaptar com algumas dinâmicas.
Dá para a gente esperar um 2022 um pouco melhor, diria que um 2022 ainda no momento de adaptação. Não dá para dizer que as coisas vão se resolver como um passe de mágica, até porque não só a pandemia, mas existem as consequências econômicas, sociais que a pandemia gerou. A gente tem que entender que mesmo na retomada econômica, que acho que é o principal ponto de 2022, ainda não é aquela retomada plena nível 2019. Não vai ser uma solução mágica assim não.
Em uma matéria publicada, você diz que o réveillon com a lua minguante não é um caso de preocupação. Poderia nos explicar um pouco como a lua pode ser benéfica nesse momento e nos ajudar a retirar esse misticismo?
A gente já teve outros réveillon com lua minguante, esse não é o primeiro, nem será o último. Engraçado como a internet acabou trazendo alguns misticismos exagerados, algumas coisas sem fundamento. A lua minguante é mais uma fase de introspecção, ela não é uma fase negativa. Ela não é uma fase só de eliminação, a gente também pode começar coisas na lua minguante, desde que a gente comece com reflexão, fazendo de uma maneira um pouco diferente do que a gente vinha fazendo. Então tudo que acontece numa lua minguante é aquilo que a gente sempre vai pensar justamente em reflexão e renovação, de deixar hábitos para trás.
Não procede essa coisa da lua minguante ser negativa ou não ser bacana ou mesmo que a gente tenha que fazer votos ao contrário do que a gente quer eliminar. Não tem nada disso não, vamos pensar que qualquer novidade, qualquer desejo, qualquer coisa nova que a gente queira colocar na nossa vida, depende de algo que precisa ser deixado para trás e ser transformado. Ela acaba tendo esse caráter, esse caráter revisional, do vamos fazer diferente, até porque a lua nova chega logo no dia 2. Isso é uma oportunidade de transformação, não tem porque as pessoas criarem pânico, ficarem propagando umas informações super alarmante só por causa de uma lua minguante. Gente, assim, não é isso que vai fazer o ano ser completamente diferente.
Quais são as cores predominantes nessa virada de ano?
Tem um texto bem legal sobre as cores de cada planeta e as correspondências de planetas e signos que acho legal para gente fazer, tem sempre essa coisa da magia das cores. A gente vai ver que no fundo os significados das cores tem muito a ver com a magia das cores, que é uma magia planetária que tem origem bem antiga, na verdade, no hermetismo que é essa questão de ter correspondência de cores e planetas para se praticar magia.
Como o planeta regente é Mercúrio dentro de um grande ciclo de Saturno, um grande ciclo de 36 anos regidos por Saturno que começou em 2017. Sendo que em 2022 é regido por Mercúrio, as cores de mercúrio são laranja e o cinza claro, então são cores predominantes. Se alguém quiser seguir a cor do regente do ano, o que não é obrigatório. Pode escolher tanto as cores relacionadas ao planeta regente do signo próprio da pessoa ou de acordo com as intenções. Não tem obrigatoriedade.
O que não se deve fazer durante a virada de ano que possa de algum modo trazer algum tipo de energia negativa para a pessoa?
Estava aqui pensando, o que não se pode fazer (…) Primeiro, acho que não vale a pena ficar de baixo astral, não é bacana levar as coisas para baixo ou ficar com excesso de misticismo. Eu acho que tem que evitar brigas, discussão, beber demais. Vou dentro dessas recomendações que são para todo mundo. Pensar que também não é o fim do mundo, é só uma virada de ano calendário, a vida em janeiro tá toda aí. Janeiro já tá aí, já começou, então é o momento da gente celebrar essa virada de calendário e pensar que a vida segue, tem muita coisa para ser feita, tem muita coisa para realizar e é a gente que vai fazer um ano melhor, não é o ano que vai fazer a gente melhor. Acho que esse é o principal espírito.
E o que a gente não deve é brigar com as pessoas, se irritar, beber demais, porque todo mundo bebe muito e muitas vezes acaba se excedendo. Essas questões todas a gente tem que tomar cuidado, de resto, seguir e festejar. Claro, vamos lembrar que ainda estamos vivendo uma pandemia, está melhor, mas ainda estamos vivendo uma pandemia. Quero pedir para que as pessoas tomem cuidado, não aglomerar, usar máscara e todas essas recomendações que a gente também tem que passar para as pessoas. Eu diria que o que a gente não deve fazer é mal a si e aos outros.
Qual mensagem você deixaria para o público de fim de ano?
A mensagem final que eu diria é: Vamos celebrar, vamos renovar. Estamos passando por um período difícil desde 2020, mas a gente vai sair dessa, sempre podemos sair e é uma questão da gente aprender. Fazer um mundo melhor é aquilo, nós temos que fazer um mundo melhor, não é o ano que vai fazer a gente melhor, é a gente que vai fazer o ano ser melhor. A gente coletivamente, pensando não só nos nossos votos pessoais, nas coisas que a gente quer para a gente, mas aquilo que a gente quer para a sociedade, aquilo que a gente quer para as pessoas.
Cada um respeitando a sua fé, a sua crença, porque cada pessoa têm diferente religião, diferente visão e celebra de maneira diferente. Essa mensagem é muito importante da gente deixar, cada um com a sua fé, com a sua religião, desejar o melhor para si e para os outros. Com responsabilidade, sem cometer excessos, festejar de maneira saudável e não entrar naquela coisa que as pessoas têm de desespero, parece que o mundo vai acabar, quer comprar tudo. Deu para comprar roupa nova, maravilha, não deu, tranquilo também. Deu para comprar aquele champanhe super caro, bacana, não deu, tudo bem.
Isso é uma coisa que é fundamental, ter esse espírito. A gente precisa mudar hábitos e mudar hábitos é muito mais importante do que mudar o calendário. Mudar a mentalidade é um pouquinho mais difícil. Só vamos aproveitar a lua minguante que é boa para reflexão.
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