Na sociedade atual, onde o consumismo é exacerbado e as tentações financeiras estão por toda parte, manter um controle rigoroso das finanças pessoais se tornou um desafio para muitos. Segundo Tiago Tozzi Nunes, administrador de empresas e autor do livro Educação financeira e reflexões sobre a verdadeira riqueza, a chave para recuperar o equilíbrio financeiro está na combinação de práticas simples e conscientes, aliadas à espiritualidade e autoconhecimento. Em sua obra, Tiago oferece um guia prático e acessível para aqueles que buscam uma vida financeira mais saudável e plena.
A situação financeira de grande parte dos brasileiros é alarmante, com índices de endividamento atingindo níveis preocupantes. Diante desse cenário, Tiago enfatiza que o descontrole financeiro não é apenas uma questão de números, mas também de instabilidade emocional. Ele argumenta que muitas vezes as pessoas tentam preencher vazios emocionais com compras impulsivas, resultando em um ciclo vicioso de gastos e dívidas. Para quebrar esse ciclo, ele sugere uma abordagem que une gestão financeira e desenvolvimento pessoal.
Tiago apresenta quatro passos essenciais para uma melhor organização financeira pessoal, começando com o reconhecimento do descontrole e a identificação de despesas desnecessárias. Ele destaca a importância de um planejamento consciente, onde as prioridades básicas são atendidas de forma econômica, permitindo um equilíbrio nas contas e prevenindo a falta de recursos antes do próximo salário. Além disso, ele incentiva a criação do hábito de poupar, mesmo que em pequenas quantias, como uma forma de assegurar um futuro mais tranquilo e realizar sonhos.
Mais do que uma mera acumulação de bens materiais, Tiago defende que a verdadeira prosperidade está ligada à saúde, paz, e harmonia familiar. Ele propõe que a busca por uma vida financeiramente equilibrada deve estar alinhada com princípios de honestidade e união, refletindo uma prosperidade que vai além do dinheiro. Para aqueles que enfrentam dificuldades financeiras, a mensagem de Tiago é clara: com disciplina, autoconhecimento e fé, é possível transformar a realidade e alcançar uma vida mais próspera em todos os sentidos. Confira a entrevista completa:
Tiago, o que o motivou a escrever “Educação financeira e reflexões sobre a verdadeira riqueza”? Houve algum momento específico que te inspirou?
O que me moveu a escrever foi porque queria ajudar pessoas, já que a questão financeira tem sido uma pedra de tropeço na vida de muita gente. Eu sou econômico, porém percebi que explicar educação financeira vai muito além de contas.
No livro, você fala sobre o impacto das crenças limitantes nas finanças pessoais. Como as pessoas podem identificar e superar essas crenças?
Muitos tentam em vão preencher-se com coisas para manter uma imagem de “bem-sucedido”. Isto tem levado a dívidas. Além disso, as pessoas escutam mentiras desde cedo, como “você é inútil e incapaz”, o que causa grandes impactos na autoconfiança. A saída para esse ciclo é encontrar o próprio valor, o potencial, a alegria e o autocontrole em Jesus.
Você menciona que o descontrole financeiro muitas vezes está ligado à instabilidade emocional. Pode nos explicar um pouco mais sobre essa relação?
O descontrole financeiro está ligado à instabilidade emocional, porque muitas pessoas tentam preencher o vazio com coisas materiais, por causa dessa ideia de posse, para não mostrar aos outros “que são um nada”. Isso causa uma ansiedade, que vem do medo, desse sofrimento por antecipação, por conta de uma mente de escassez de valores. A fé, o perdão e o autoperdão podem frear esse descontrole
Um dos primeiros passos que você sugere é “reconhecer e controlar o descontrole”. Como alguém que nunca organizou suas finanças deve começar esse processo?
O começo do processo é reconhecer que precisa de ajuda para aprender a se controlar; isso é vital. Depois, a pessoa deve decidir viver com o que tem, anotar todos os gastos e toda a receita, além de buscar opções mais econômicas no dia a dia.
Você acredita que a espiritualidade e o gerenciamento financeiro estão conectados? Como isso se reflete nas práticas que você sugere?
Como já tenho dito, a educação financeira vai muito além das contas. Tem tudo a ver com as questões internas das pessoas. Acredito que a espiritualidade está relacionada ao gerenciamento financeiro, porque em Deus se encontra perdão, identidade, fé, autocontrole, paz e alegria interior.
Sabemos que é super importante equilibrar as contas pessoais. Quais são os principais desafios que as pessoas enfrentam ao tentar fazer isso?
A primeira decisão e o maior desafio é dizer “não” às vontades. Se for preciso fazer cortes de despesas, faça! Se for necessário vender algo para quitar as dívidas, faça com a intenção de reparar o credor! É necessário decidir e agir a partir da própria realidade: se alguém tem este X, esse X vai ter que dar.
Seu livro também aborda a ideia de verdadeira prosperidade. Como você define prosperidade e como isso vai além do acúmulo de bens materiais?
A riqueza material é apenas uma parte do conjunto chamado prosperidade. Mas isso vai além do acúmulo de bens materiais, porque também suscita paz, alegria interior, saúde, família unida, provisão para as suas necessidades, realização de sonhos e outros objetivos maiores.
Muitas pessoas têm dificuldade em poupar dinheiro regularmente. Que conselhos você daria para alguém que está começando a construir uma reserva financeira?
É preciso criar o hábito de poupar. Estudos apontam que um hábito pode ser criado em 21 dias, caso seja colocado em prática. O importante é começar com o que tem: separe uma quantia reserva como se fosse uma conta que precisa ser paga todo mês. É possível, quem quer faz! Com planejamento, podemos ajustar receitas e despesas extras que temos ao longo do ano.
Como você enxerga o papel da família no gerenciamento financeiro pessoal? Quais práticas você sugere para envolver todos os membros da família nesse processo?
A família precisa estar unida e ter uma liderança firme para mudanças, porque será o trabalho de alguém comunicar sobre a situação financeira, como: “a situação é essa, temos esse X e vai ter que dar. Não podemos dever, então cortes precisam ser feitos e dívidas precisam ser pagas”. A cooperação de todos é fundamental para a saúde financeira familiar.
Muitos brasileiros enfrentam o desafio das dívidas. Quais estratégias você recomendaria para alguém que está tentando sair do ciclo de endividamento e começar a economizar?
Resumindo, o que tem a fazer é tomar decisões radicais como: dizer não a vontades, buscar em Jesus o autocontrole, quitar as dívidas, viver com o que tem, buscar opções econômicas, unir e ajustar a família. Mudar doi, mas não mudar doi mais.
Em tempos de crise econômica, como você aconselha as pessoas a manterem a estabilidade financeira e continuarem avançando em direção aos seus objetivos, mesmo com uma renda reduzida?
Crise é ponto de vista, uns veem como tal, outros veem como oportunidades. O problema financeiro pode ser o motor para a pessoa aprender a disciplinar as finanças e romper com ciclos viciosos. Além disso, ter o hábito de poupar é vital para manter a paz em períodos difíceis.
Para finalizar, que mensagem você gostaria de deixar para os leitores que estão enfrentando dificuldades financeiras e buscando uma transformação em suas vidas?
Meus queridos, é preciso decisão e coragem para trabalhar as questões internas (perdão, identidade, autocontrole e fé), ajustar a família, disciplinar-se nas finanças. É a sua vida, ame-se!
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