Passadas as festas de final de ano, todos os ânimos se voltam para uma única celebração: o carnaval. Com a festa de rua cancelada nas principais cidades do país, o mais novo projeto de Pe Lu é uma verdadeiro alento para os foliões. “Carnaval de Sofá”, é um novo EP que traz no repertório músicas clássicas de folia com uma roupagem mais introspectiva.
Produtor musical, cantor e multiinstrumentista, Pe Lu iniciou sua carreira na Banda Restart quando escreveu e co-produziu hits como “Levo Comigo”, “Recomeçar”, “Menina Estranha” e outras diversas canções que juntas somam mais de 300 milhões de plays e streams nas plataformas digitais e 500 mil discos vendidos. Hoje, o artista é sócio do selo de música Papaya, do projeto de música infantil Planeta Boo e compositor e produtor musical de diversos artistas. Confira a entrevista!
Baseada em uma das comemorações mais queridas pelos brasileiros, “Carnaval de Sofá” veio da forma de conectar a questão da festividade com o momento que estamos passando agora. Como aconteceu a ideia de passar essa realidade na forma de música?
Acho que não tem como ser brasileiro e não estar de alguma forma conectado com o carnaval, ainda que você não goste tanto de festa hahaha. A idéia do EP inclusive é essa, mostrar que é possível gostar do carnaval de várias formas e que da pra se conectar com essa festividade mesmo não sendo um folião profissional.
O novo EP trouxe para sua carreira um estilo de música que fugiu bastante do estilo que você costumava seguir, incluindo a chegada de “Beleza Rara” em uma versão inédita sua. Poderia nos contar melhor sobre a escolha desse repertório?
Eu tentei escolher músicas que tivessem alguma ligação emocional comigo e que conseguissem cobrir parte da riqueza do axé. É impossível passar por tudo com apenas 4 músicas, mas acho que consegui representar partes importantes do gênero e ainda colocar um pouquinho da minha história com o carnaval nesse EP.
Como aconteceu a sua conexão com o carnaval? Você sempre foi um amante de folias? “Carnaval de Sofá” deve acalmar o coração de muitos?
Eu tenho uma ligação muito forte com a Bahia, além da minha mãe ser baiana, ja vivi carnavais incríveis pelos lados de lá. Pra mim carnaval é Bahia. A ideia do EP era trazer um pouco desse gênero musical que eu amo, dessa terra que eu amo para as pessoas que gostam do meu trabalho, é uma reverência minha como artista pra essas partes tão importantes de mim. E como eu disse na primeira resposta, acho que o carnaval é parte de todos nós e não tem uma forma só de curtir.
O seu projeto trouxe uma roupagem nova a muitos clássicos que já foram lançados a anos atrás. Qual a importância para a geração atual viver esse reencontro onde o passado se mistura com o presente?
Eu me emocionei muito na construção desse EP porque fazer esse contato profundo com essas obras já tão conhecidas foi uma experiência única. Perceber as construções líricas, melódicas tão ricas, poder viver mais profundamente esses clássicos foi demais, e acho que de certa forma as pessoas vão poder viver um pouquinho disso também, ouvir e viver essas obras fantásticas de uma forma diferente.
Qual foi o principal desafio de se construir essa nova roupagem das músicas? Que cuidados teve ao adaptá-las?
No começo eu tive medo das músicas ficarem muito desconstruídas com os caminhos que a gente queria como produtores, mas a verdade é que essas 4 músicas são tão bonitas e bem feitas que eu arrisco dizer que elas rolam em qualquer roupagem.
Uma questão bastante curiosa e que também mexe com as gerações, é o seu período na Banda Restart, onde o público jovem de 2010 e os estilos de músicas eram outros. Como foi essa adaptação própria da carreira do Pe Lu?
O Restart vai ser sempre a minha base, tudo que eu faço, de certa forma, é influenciado pelo que eu construi na banda. As músicas que eu faço agora, assim como as que eu fazia antes no SELVA, são a minha forma de expressar agora, hoje, então é natural, não sinto que precisei me adaptar ou mudar nada. O que vocês estão ouvindo é o que esta aqui.
O que o define como artista e como pessoa?
Eu sou alguém que acredita muito na música, quase como uma entidade hahaha. Eu acredito no poder transformador da música (pra quem faz e pra quem escuta) e nas infinitas possibilidades e formas de se fazer ela. Sigo fazendo música e assim espero seguir até o último dia.
O single “Beleza Rara” foi o primeiro do álbum a ganhar um conteúdo audiovisual que foi para as plataformas de vídeo e uma curiosidade foi a produção, que foi totalmente feita por você. Como foi a experiência de produzir um conteúdo totalmente profissional sozinho? Uma equipe faz falta?
Uma equipe faz falta. Repita comigo, UMA EQUIPE FAZ FALTA hahahaha. Como artista independente, faço o que precisa ser feito para que as músicas cheguem nas pessoas, muitas vezes sem grandes investimentos ou outras pessoas pra ajudar. Fiquei feliz e orgulhoso do resultado ao mesmo tempo em que espero construir uma estrutura legal pra minha carreira em que eu possa ter mais pessoas me ajudando.
Além desse projeto de carnaval, já temos notícias que o seu primeiro álbum solo já está no forno e confirmado para novembro. O que o público pode esperar dessa novidade?
Assim que passar o lançamento do Carnaval de sofá vou começar o processo de pesquisa e construção do meu primeiro álbum. Não tenho ainda claro o caminho que vou seguir, mas to cheio de ideias e, como sempre, muito afim de fazer música. Em novembro vem ai!
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