Doença afeta cerca de 11% das mulheres, incluindo famosas como a ex-BBB Amanda Djehdian e a youtuber Camila Loures
O mês de junho é dedicado à conscientização sobre o lipedema, uma doença que afeta cerca de 11% das mulheres. Algumas personalidades conhecidas, como Amanda Djehdian, ex-participante do BBB 2015, e Camila Loures, influenciadora digital e youtuber, enfrentam essa condição crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura, especialmente nos membros inferiores. Ao contrário da gordura comum, o lipedema não diminui com restrições alimentares hipocalóricas ou exercícios físicos e, com o tempo, tende a aumentar em diferentes estágios.
O Dr. Marcelo Zanoni, especialista em cirurgia vascular, endovascular e ecografia vascular, destaca que um dos principais sintomas é o surgimento de depósitos de gordura em ambas as pernas (que eventualmente podem se transformar em grandes dobras sobrepostas), sem afetar os pés. O acúmulo de gordura ocorre gradualmente e, nos estágios iniciais, os sinais visíveis incluem uma aparência de “casca de laranja” na pele e possíveis lipomas subcutâneos.
Além disso, a doença geralmente causa dor nos tecidos moles, tanto em repouso quanto durante o movimento, perda de elasticidade da pele e fadiga. “Embora haja uma tendência de acumular gordura da cintura para baixo, formando uma espécie de ‘anel’ no tornozelo, muitos pacientes com lipedema também apresentam acúmulo de gordura nos culotes e braços”, informa Zanoni.
O lipedema é classificado em diferentes níveis. No nível 1, ainda não há alterações na pele, apenas inchaço nas pernas que pode diminuir com a elevação dos membros. No nível 2, ocorre o surgimento de relevos visíveis na pele, bem como a presença de lipomas, eczema e erisipela. Nesse estágio inicial, também é perceptível o inchaço ao longo do dia, mas melhora apenas parcialmente com repouso. O nível 3 caracteriza um estágio mais avançado do lipedema, com tecido adiposo endurecido, fibroso, edema evidente e grandes dobras de pele sobrepostas. No quarto e último nível, as dobras são ainda maiores, pode haver comprometimento do sistema linfático (linfedema) e o acometimento não se limita apenas às pernas, mas também aos braços, peito e tronco.
É importante diferenciar o lipedema, o linfedema e a obesidade, pois eles apresentam características distintas. Enquanto o lipedema envolve depósitos de gordura e edema nas pernas e braços, sem afetar mãos e pés de forma bilateral, o linfedema inclui mãos e pés no quadro clínico, não necessariamente de forma bilateral. Já a obesidade é caracterizada por um acúmulo generalizado de gordura.
“Embora as causas do lipedema ainda não sejam totalmente conhecidas, suspeita-se que a condição tenha uma base genética,” reforça Zanoni, que afirma ainda que a doença também pode estar relacionada a questões metabólicas, inflamatórias ou hormonais.
O diagnóstico do lipedema é feito por meio de exame físico e história característica. Ao palpar o tecido adiposo, o médico pode identificar dores e a presença de nódulos e avaliar sua consistência, considerando o lipedema como uma possibilidade. Exames como ultrassonografia, ressonância magnética e linfografia podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico.
O lipedema pode causar complicações, como dor crônica, comprometimento progressivo da mobilidade e problemas linfáticos, devido ao inchaço. Além disso, em estágios avançados, pode estar associado ao surgimento de quadros psicológicos, como depressão, devido ao impacto na qualidade de vida.
Embora não haja cura para o lipedema, o tratamento pode reduzir os danos progressivos, especialmente quando identificado nos estágios iniciais. Recomenda-se o controle de peso por meio de uma alimentação equilibrada, não inflamatória, hipoalergênica e exercícios físicos, pois, embora isso não afete a gordura específica causada pela condição, ajuda a reduzir a gordura inflamada e o lipedema, prevenindo o aumento e a progressão da patologia. Em alguns casos, a lipoaspiração pode ser indicada, mas é importante procurar especialistas que conheçam as técnicas e o manejo adequado da patologia com o uso de dietas anti-inflamatórias, mudanças nos estilos de vida, certos medicamentos e procedimentos, como drenagem linfática e terapia de compressão. Após esta conduta sistêmica os tratamentos operatórios poderão ser abordados.
“O uso de roupas de compressão ajuda a reduzir o inchaço, a sensação dolorosa e proporciona maior segurança, sendo excelente tratamento de suporte ao lipedema. Além de melhorar o retorno venoso e linfático do paciente”, completa Zanoni.
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