“Para amar com plenitude, é preciso assumir a fragilidade e a insegurança”. Este é o tema do EP de estreia do cantor e compositor paulista, Gio Vieira. Intitulado Pra falar de Amor preciso falar de Solidão, o mini-álbum alia a melancolia à sonoridade pop enquanto se remete à musicalidade de artistas como Phil Veras, Tiago Iorc e Bola.
O EP conta com seis canções e é intrínseco à medida que reflete sobre a aceitação e sobre a solitude que antecede o encontro a um novo amor. O repertório é constituído pelas canções Eu não sei quem é você, Foi, Corpo e Alma, 6am, Quando você vem? e Se é pra falar de solidão. O trabalho foi gravado de forma integralmente autoral, tendo em vista que Gio Vieira gravou todo o instrumental, além das linhas voz. O artista ainda assina a composição de todas as faixas. No entanto, para a mixagem e masterização, convidou Bruno Pelloni (Cabana Jack e C.alma).
Gio Vieira é um veterano da noite, atuando desde meados de 1998. No entanto, apenas em 2019 divulgou o single Dezembro, dando início ao seu projeto solo. Anteriormente em 2021, o artista ainda divulgou os singles Dois Mundos e Tudo o que eu pensei.
CONFIRA A ENTREVISTA:
Estreado recentemente com seu novo EP, os elementos de amor, fragilidade e solidão acabaram ficando bastante forte em suas músicas. De onde vieram essas inspirações?
Vieram de vivências minhas, de pessoas próximas e amigos. É uma síntese de uma fase muito comum. Tanto é que o EP constitui de músicas compostas agora e de músicas de 10, 12 anos atrás. Acredito que todos temos uma porção de amor, fragilidade e solidão.
Em uma das suas falas diz que “para se amar é preciso assumir a sua fragilidade e a insegurança”. Essa atitude é algo que muitos homens e mulheres acabam não tendo tanta coragem para reconhecerem esses pontos em si mesmos. O que você acha que mais falta nessas vidas?
Acho que isso vem com o amadurecimento e o entendimento de si mesmo. Acho que falta essa clareza, enxergar coisas nos outros, mas não esquece de se ver. É assumir erros, culpas e aprender com isso. Talvez seja a falta se ver de dentro para fora.
Para os que ainda não sabem muito a respeito de sua trajetória de vida, como foi que a música cruzou o seu caminho?
Sou daquelas famílias musicais, onde todos tocam alguma coisa. Meus pais já tiveram academia de música quando era pequeno e tenho muitas lembranças de passar as tardes lá. Mesmo não estudando na época, absorvi muito do ambiente musical. O Fator igreja também contribuiu bastante, desde pequeno participava de grupos musicais. Então a música pra mim, sempre esteve presente de forma muito natural.
Sobre o seu novo álbum, o “Pra falar de Amor preciso falar de Solidão”, o que esse título diz para você mesmo e porque escolher esse projeto como sua estreia?
Esse EP fala sobre amadurecimento e autoconhecimento. Justamente quando me veio a ideia de reunir essas músicas, foi esse sentimento que prevaleceu. Não tem como eu falar de amor, agora, sem antes entender e falar do processo de solidão. Cada música representa uma fase diferente, começando com o rompimento (eu não sei quem é você) e terminando com o processo na penúltima faixa (Quando você vem?) A faixa final é uma síntese e um hino a solidão (se é pra falar de solidão), não como algo triste, mas vendo como uma fase de aprendizado e cuidado.
Pelo álbum debater bastante a questão da solidão e de vários problemas que podem inclusive ser relacionados bastante a questão da depressão, você acha que esse projeto talvez pudesse ajudar essas pessoas a terem alguma visão para frente em suas vidas?
Com certeza. Você entender o processo, essa caminhada, e saber que tudo vai passar, talvez amenize um pouco tal sentimento. Acredito que seja muito mais fácil passar por isso quando alguém, ou alguma coisa sinaliza que vai ficar tudo bem.
Quais foram as suas principais inspirações e experiências que o inspiraram a fazer esse projeto?
Cheguei em um ponto na minha vida que eu preciso falar, falar sobre coisas, falar sobre vida, falar sobre amor. E principalmente, desengavetar projetos. Cantar sobre a própria vida, mesmo que através de canções, ajuda muito, e isso sempre foi um escape pra mim. A inspiração vem disso.
A respeito do público que hoje já está consumindo esse seu novo conteúdo, como estão suas expectativas e como é a responsabilidade como cantor que se sente ao tornar sua arte pública?
Minha expectativa é a melhor possível, eu tinha receio de as pessoas pensarem que o EP seria uma espécie de apologia a solidão. Conversei com muitas pessoas e vi que entenderam o propósito. Cada um tem sua faixa preferida, o que é engraçado, de repente essa identificação seja justamente o que a pessoa está passando.
O que podemos esperar de sua carreira a curto e longo prazo?
Estou em uma fase muito produtiva, tenho muitas composições novas e antigas também. Quero lançar o máximo que conseguir, sempre melhorando, tirando o melhor das minhas ideias e experiências. E espero que o público se identifique muito e que me acolha. Além dos lançamentos, claro, reencontrar o público pelos palcos do Brasil.
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