Na ultima semana, Gabi Blanco ocupou os palcos do Centro Cultural da Juventude para apresentar o seu novo espetáculo ‘Match’. Projeto, guiado por um repertório completamente autoral, une música, bate papo e intervenções de spoken word para abordar questões da atualidade. Na linha de frente, a poeta, cantora e compositora vem com uma pegada romântica, leve e divertida. Nas participações especiais, o bonde que a acompanha é formado por mc’s de batalha e slamer’s convidades. Entre os nomes envolvidos, Luiza Lustosa, Matheus Delgado e Michelle Souza.
Livre para todos os públicos, homens e mulheres, jovens, velhos e crianças, o evento – promovido pela Jimin Produções – contou com interpretação de libras e descrição falada para pessoas com deficiência visual. A entrada foi gratuita. Confira a entrevista:
Você apresentou o seu espetáculo ‘Match’, com um repertório autoral, unindo música, bate papo e intervenções de spoken word que leva a abordagem da atualidade. Diante desse projeto, quais eram suas expectativas para esse evento?
Espero que as pessoas se identifiquem com minha música e me vejam como referência, assim como eu vejo outros artistas. Que elas levem um pouco de mim para suas casas. Todos os eventos culturais que eu participo, nunca volto a mesma. Espero que as pessoas também tenham a oportunidade de sentir isto.

Expressando que a arte salva, em sua visão, qual é a importância de se mostrar através da arte o que é ser favelado?
Estar fazendo o que gosto é algo muito importante. É me encontrar e isto ocorre por meio da arte. Ela ajuda a ressignificar todo o fardo em mim. A arte tira o peso da vida e o SLAM é uma prova disto. Quando nos encontramos é como se fosse existir um novo caminho para nós mesmos.
Qual a importância que você vê do trabalho que Gabi Blanco vem fazendo até aqui?
Sinceramente, eu nem imaginava estar um dia aqui! (risos). Este fim de semana estive no CCJ junto aos meus. Quando falo aos meus é no sentido literal. São meus amigos de poesia, amigos de comunidade do mangue de Santos (sim, em Santos tem favela e é bem longe da praia). Estarei junto dos meus porque ninguém sobe sozinho. Tenho certeza também de que quando a gente sobe e traz alguém junto é como de dissesse ”não desiste’’. Afinal de contas, essa galera sempre esteve comigo, inclusive quando perdi as esperanças.
Quais são suas maiores inspirações para seguir a linha artística?
Minhas mães, minha professora Luisa Paula (Tia Luisa). Me inspiro em muitas pessoas não só na linha artística. Tem minha Tia Celinha que todos os dias me inspira, sempre correndo atrás do melhor para os filhos dela, incluindo minha irmã que teve todos os caminhos para não dar certo, tudo que nossa vivencia oferece. Hoje ela faz técnico em administrativo, é dançarina e trabalha. Estas mulheres me provam que tudo é possível, pela experiência delas me provam que o céu é o limite.

A internet é uma grande aliada e também uma grande inimiga do ser humano, dependendo da forma que é usada. Com a arte, talvez ela possa ter unido mais o público com seu ídolo. Você vê essa aproximação? Em sua visão, como as redes sociais têm agregado na sua carreira?
Sim, as rede sociais são incríveis e quem não tem condições de estar fisicamente e financeiramente pode se fazer presente via internet. É importante ressaltar que muitas pessoas não tem condições financeiras para este suporte. Nessa época de pandemia, usei muito as redes para meus trabalhos com poesia e foi ótimo. A única parte ruim foi quando não consegui mais esse acesso por conta de más condições financeiras. Várias pessoas vivem essa mesma realidade.
O que podemos esperar de Gabi Blanco em 2022?
Eu espero um trabalho bonito feito por novos pensamentos, talvez de realidades bem diferentes das músicas de amor que tocam nas rádios. E, como dizem na quebrada, “um trampo fino” e detalhista. Espero tocar corações, fazer pessoas felizes com minha verdade e com meus sentimentos. Espero impressionar e gerar identificação.
Acompanhe Gabi Blanco no Instagram