Em um retorno triunfante ao cenário musical, os Acústicos & Valvulados lançam a faixa inédita “Mesmo Que Ninguém Te Veja”, após seis anos sem novas canções. A música, que fala sobre resiliência e a importância de seguir em frente mesmo sem reconhecimento imediato, conta com a participação especial de Egypcio, vocalista da banda Tihuana, ampliando a mensagem de superação e renovação. A faixa já ressoa como um marco de renascimento para a banda, que soube alinhar sua sonoridade com o contexto atual de desafios.
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Nos últimos anos, os Acústicos & Valvulados firmaram parcerias notáveis, colaborando com grandes nomes do rock nacional como Frejat, Beto Bruno e Carlinhos Carneiro. Essas colaborações consolidaram sua capacidade de reinvenção, algo que se reflete na nova música, cuja letra foi composta pelo baterista Paulo James. Ele conta que a canção já estava guardada, mas foi resgatada em meio às enchentes que devastaram o estado do Rio Grande do Sul em 2024, dando à música um significado ainda mais profundo de reconstrução.
Egypcio, que volta aos palcos com o Tihuana, destacou o impacto pessoal ao participar dessa nova fase da banda. Segundo ele, a música carrega uma mensagem necessária para tempos difíceis, e sua contribuição trouxe ainda mais intensidade à canção. O vocalista Rafael Malenotti reforçou o sentimento de honra em trabalhar com Egypcio, uma voz marcante no rock nacional.
Em novembro, o single ganhará um videoclipe inovador, dirigido por Trick Bernardi, que utiliza Inteligência Artificial para criar uma estética visual inspirada em quadrinhos e elementos fantásticos. A banda, sempre à frente na busca por novas experiências, mostra que a união entre música e tecnologia pode amplificar ainda mais sua mensagem de esperança e resiliência. Confira a entrevista:
O que motivou a decisão de lançar “Mesmo Que Ninguém Te Veja” após seis anos sem inéditas?
Nesse meio tempo, nos dedicamos a outros lançamentos, revisitando canções marcantes da nossa história. Chamamos vários parceiros, entre eles o mestre Frejat (que cantou Fim de Tarde com Você), e trouxemos roupagens diferentes, apresentando nosso repertório para um novo público. Terminado esse processo, era hora de pensar em material inédito. Então, desde meados de 2023, passamos a nos dedicar às novas canções. Gravamos três músicas inéditas, e agora estamos lançando a primeira delas.
A letra fala sobre resiliência e superação. Como vocês esperam que essa mensagem ressoe com o público em um momento tão desafiador?
Entendemos que é uma mensagem atemporal, que se torna ainda mais relevante num momento como este, cheio de desafios e mudanças. Quer dizer, no fundo, a ideia é sempre buscar o que te faz feliz, e não apenas um suposto reconhecimento, especialmente no ambiente digital. E percebemos que muita gente tem se preocupado excessivamente com o aplauso, com a validação, muitas vezes deixando de lado seus sonhos, suas verdades, aquilo que nos leva adiante, todos os dias. Sempre é hora de mudar esse roteiro.
Pode nos contar um pouco sobre o processo de composição e gravação da canção? Como foi a experiência de resgatar uma música que já estava guardada?
Tenho muito material guardado, na gaveta, como a gente costuma dizer. Muitas vezes são fragmentos, ideias, melodias incompletas. No caso de “Mesmo Que Ninguém Te Veja”, a música já estava 80% pronta. Então acho que foi o momento dela brilhar mesmo, ser resgatada, porque instintivamente a gente percebeu que tinha tudo a ver com o contexto, inclusive depois de uma pandemia e de uma enchente, momentos muito difíceis, que pedem justamente superação e resiliência.
Paulo, você mencionou que o contexto das enchentes influenciou a canção. Como essa experiência afetou a interpretação e a gravação do single?
A gente começou a gravar no início deste ano, antes da tragédia toda. Então veio o mês de maio, a enchente, e tudo parou, porque era o momento de focar no resgate e na reconstrução. Nesse meio tempo, percebemos como a música fazia sentido dentro do contexto. Enxergamos ela como uma mensagem de apoio, de positividade, de incentivo para a superação.
Vocês já trabalharam com outros grandes nomes do rock nacional. Como essa nova colaboração com Egypcio se compara a essas experiências passadas?
É muito bacana interagir com esses artistas, amigos, ídolos, que emprestam seus talentos e contribuem demais em cada uma das nossas canções. Com o Egypcio, a identificação foi imediata – chegou no estúdio, gravou de primeira. Ele é uma grande figura, grande parceiro, que trouxe uma contribuição fundamental. Captou a importância da música, se identificou, e trouxe uma energia ímpar, cheia de personalidade, de verdade.
Com o lançamento de “Mesmo Que Ninguém Te Veja”, quais são suas expectativas para a banda nos próximos anos?
Para sequencia, vamos trabalhar mais músicas inéditas, e possivelmente um material ao vivo. Estamos sempre na estrada, com uma agenda bem legal, e ampliando nosso público. Legal de ver, mês a mês, a audiência aumentar nas plataformas. Na região Sul, temos uma entrada muito forte, consolidada, e vamos atrás de mais espaços e conexões no restante do Brasil.
O que vocês esperam que o público experimente ao assistir ao videoclipe dirigido por Trick Bernardi?
É um clipe feito com o auxílio de IA, uma experiência nova, que tá exigindo bastante do diretor. É um desafio, e um grande aprendizado. A gente tem certeza de que as pessoas vão curtir! Já assistimos alguns trechos, e o resultado é impressionante.
Após este lançamento, quais são os próximos passos em termos de novos projetos ou colaborações?
Ainda não temos como falar sobre nomes, mas certamente teremos outras colaborações nos lançamentos dos Acústicos & Valvulados. É um formato que nos agrada bastante, um processo que amplia horizontes, soma ideias e enriquece a criação musical.
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