No mundo corporativo atual, onde as adversidades são constantes, a busca por autenticidade e auto responsabilidade se torna essencial para o sucesso profissional. O escritor e mentor de líderes Cláudio Alves Borges, em seu novo livro “Ressignificando Escolhas do Caminho”, oferece um guia prático para ajudar os profissionais a construírem carreiras conscientes e significativas. Com uma abordagem centrada em comportamento e empatia, Borges compartilha suas experiências pessoais, revelando como superar ressentimentos e inseguranças podem transformar a vida de qualquer líder.
Inspirado por grandes pensadores como Viktor Frankl e Immanuel Kant, Cláudio Alves Borges explora a figura do líder como um agente de mudança. Ele destaca a importância da serenidade em momentos de pressão, defendendo que essa qualidade é comum entre os líderes mais admirados. Ao relatar suas próprias lutas com a saúde mental, Borges enfatiza que o autoconhecimento e a autorresponsabilidade são fundamentais para o crescimento pessoal e profissional. Ele acredita que, ao ressignificar escolhas, os líderes podem não apenas impactar suas vidas, mas também inspirar mudanças positivas nas equipes que lideram.
A obra também aborda temas relevantes como espiritualidade, saúde mental e relações disfuncionais no ambiente de trabalho. Com uma linguagem acessível, Borges convida os leitores a refletirem sobre suas escolhas e a cultivarem hábitos que promovam um estado mental saudável. Ele acredita que, ao enfrentar adversidades com autenticidade, é possível desenvolver um ambiente de trabalho mais colaborativo e respeitoso, onde todos se sintam valorizados e motivados.
“Ressignificando Escolhas do Caminho” é um convite à reflexão e ao autodesenvolvimento. Cláudio Alves Borges, aos 65 anos, compartilha sua sabedoria acumulada ao longo de uma vida marcada por desafios, com o desejo de que outros não repitam os mesmos erros. Para aqueles que buscam uma vida mais autêntica e significativa, este livro se apresenta como uma leitura indispensável, oferecendo lições valiosas para ressignificar suas escolhas e abraçar a vida com leveza e propósito. Confira a entrevista completa:
No livro “Ressignificando Escolhas do Caminho”, você menciona que ressentimentos e inseguranças são obstáculos para o crescimento pessoal e profissional. Como esses sentimentos podem impactar a saúde mental dos líderes no ambiente de trabalho?
Sentimentos tóxicos como tive, me adoeceram. Está comprovado cientificamente que eles podem causar também o câncer. Eu até consegui chegar a cargos executivos em grandes empresas, mas o meu esforço, a dor, o preço que paguei foi muito alto e as consequências vieram, a instabilidade, os altos e baixos, a depressão e por pouco a minha morte. Tudo isso impactou não apenas nos meus resultados como líder, mas também na minha vida. O perdão me curou. O auto perdão e, inclusive, perdoar quem me causou dor. Essa atitude, me deixou pleno, mais forte, mais saudável e, portanto, em condições de liderar pelo exemplo.
Em sua obra, você destaca que a serenidade é um dos elementos comuns entre grandes líderes. Como este fator pode ajudar na gestão de estresse e no equilíbrio entre vida profissional e pessoal?
Estamos vivendo um momento de grandes desafios e adversidades que não estão na nossa zona de controle, manter a serenidade independente das circunstâncias e/ou do comportamento do próximo, me deixa no centro, me dá paz, e isso também cura, passa credibilidade. Você consegue raciocinar com mais clareza, ser mais assertivo. A ansiedade e o nervosismo adoecem, não passam credibilidade e geram desconfiança.
Durante sua jornada, você enfrentou uma grave depressão. De que forma sua experiência com problemas de saúde mental influenciou sua visão sobre liderança e auto responsabilidade no trabalho?
Influenciou significativamente! Acredito que você só consegue dar aquilo que você tem, enquanto estava doente com sentimentos tóxicos, de ficar procurando culpados pelos resultados que ainda não tinha conseguido, a influência era extremamente negativa, porque o líder é o espelho. Quando viro a chave, limpo o coração, perdoo e aproveito a oportunidade ímpar de agir com auto responsabilidade, assumo o controle da minha vida, me fortaleço, fico pleno para resolver os meus desafios, potencializar os meus resultados e realizar grandes sonhos.
Você acredita que líderes que se esforçam para cultivar empatia e autenticidade no ambiente de trabalho podem também melhorar o bem-estar mental de suas equipes? Se sim, como?
Certamente que sim! Eu acredito que estamos aqui para evoluir e progredir. Quando faço para o outro aquilo que quero que o outro faça para mim, estou no caminho certo. É incoerente querer que respeitem a minha mulher, se eu não respeitar a companheira do próximo. É incoerente querer que cuidem do meu patrimônio, se não cuido do patrimônio da empresa que trabalho. Ser autêntico e verdadeiro é ser coerente e ter amor, mas acima de tudo é também ter autorresponsabilidade. A verdade cura, fortalece e passa credibilidade para a equipe. As pessoas se sentem bem em um ambiente onde há coerência, respeito, acolhimento, previsibilidade, mesmo que as metas e os desafios sejam altos. Nesse ambiente, você consegue formar times fortes e comprometidos, onde quem está dentro quer ficar e quem está fora quer entrar.
Em sua opinião, qual o papel do autoconhecimento na prevenção de problemas de saúde mental no trabalho, especialmente em posições de liderança?
Fundamental! Quando tenho coragem para olhar para dentro de mim e enxergar as minhas fraquezas e vulnerabilidades, tenho a oportunidade de trabalhar esses “defeitos” e, a partir disso, me blindo e encontro também as minhas fortalezas. Passo a agir com mais segurança e auto responsabilidade, isso liberta e cura. Acredite, isso também cura e fortalece. Não é um caminho fácil, mas é essencial para se obter resultados positivos sustentáveis e de forma mais leve e saudável.
No livro, você fala sobre a importância de ressignificar escolhas para alcançar uma vida mais plena. Como os profissionais podem aplicar essa ideia para enfrentar o esgotamento e a pressão no ambiente corporativo?
Quando tenho consciência dos prejuízos, das dores que os meus comportamentos estão me causando e consigo aprender, enxergo os benefícios do novo caminho, ganho forças para mudar hábitos, mudar comportamentos e ressignificar a minha vida. Quando se está mais forte, pleno, inteiro, feliz e saudável, os grandes desafios ficam menores, pois você está mais bem preparado para enfrentar e vencer essa pressão imensa que as pessoas se deparam hoje no mundo corporativo e, inclusive, na vida pessoal. Quando você está doente e enfraquecido, pequenos problemas viram um monstro.
Considerando sua trajetória e os temas abordados na obra, quais conselhos você daria para líderes que estão enfrentando desafios de saúde mental enquanto tentam manter suas equipes motivadas?
Limpe o coração, se perdoe, perdoe o próximo, viva com mais leveza. Pratique a empatia, seja autêntico, verdadeiro. Pratique a gratidão. Aja com autorresponsabilidade, busque praticar a serenidade e o autoconhecimento. E se preciso for, procure ajuda, você não está sozinho. E acredite, tudo passa… o que não passa, é a sua transformação em um ser humano melhor, isso você levará!
A obra aborda também relações disfuncionais. Quais são os sinais de que uma relação no ambiente de trabalho pode estar contribuindo para o declínio da saúde mental de um profissional?
Um vazio existencial, a falta de sentido, quando o propósito da empresa que você trabalha não está alinhado com o seu propósito… quando os valores do meio corporativo, não estão de comum acordo com os seus valores, quando falta reconhecimento e até mesmo respeito. A partir disso, é necessário refletir com serenidade qual o caminho que você deve seguir.
Como a espiritualidade e a busca por propósito podem ser ferramentas para melhorar a saúde mental dos líderes em meio às adversidades do trabalho?
No meu momento no fundo do poço, da forte depressão, quando decidi tirar a minha vida e bater de frente com uma carreta, senti uma força que jamais havia experimentado, nunca tinha experienciado. Senti a presença de Deus, me dizendo: “não desista, você pode, consegue e não está sozinho”. Independente de religião, espiritualidade, Deus foi e continua sendo a minha base, o meu alicerce. Quando você tem um propósito, sobretudo, se ele contemplar fazer o bem, você ganha uma força inexplicável para vencer desafios, potencializar resultados, viver com alegria e realizar grandes sonhos. Acredite, essa força todos nós temos, essa força está dentro de cada pessoa.
De que maneira o processo de “ressignificação” que você propõe no livro pode ajudar líderes a encontrarem um equilíbrio saudável entre suas responsabilidades profissionais e sua saúde mental?
Utilizando essa força mental que todos nós temos, que me referi na questão anterior. Viktor Frankl, médico psiquiatra, austríaco, sobrevivente de quatro campos de concentração, entre eles Auschwitz, escreveu: quando temos um sonho importante para realizar no futuro, que dê sentido para as nossas vidas, ganhamos forças, para vencer e superar grandes adversidades no presente. Mesmo já tendo perdido a esposa, os pais e muitos amigos naquele genocídio, ele conseguiu deixar um grande legado para a humanidade. No livro “Ressignificando Escolhas do Caminho”, conto de forma simples e prática, o que fiz, e como consegui transformar a minha vida.
Estou divulgando o livro no meu Instagram: @claudioalvesescritor, os aprendizados através de pequenos vídeos e posts. O propósito desta obra é fazer o bem para as pessoas, famílias e empresas, consequentemente, contribuindo para um mundo melhor.
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