Sócia e DJ da Festa Ploc, a maior festa retrô do Brasil, Pillar Gama, conhecida artisticamente como DJ Menina Veneno, não tem medo de se posicionar e mostrar seu valor em um cenário em que o sexo masculino ainda é predominante. Há 5 anos no mercado como DJ, a carioca de 33 anos diz que e uma luta diária e persistente para ganhar seu espaço. Confira a entrevista:
Olá Pillar, tudo bem? Conhecida artisticamente como DJ Menina Veneno, quais são as maiores dificuldades que você enfrentou ou enfrenta para ganhar espaço neste meio onde existe uma predominância masculina?
“Em pouco tempo passei por algumas situações pontuais em que o machismo, o preconceito por ser mulher e o assédio em maior frequência, fizeram-se presentes”.
Quais dicas você daria para as mulheres que querem entrar no mesmo ramo, mas sentem algum tipo de receio por conta do preconceito tão constante do sexo oposto?
“Trabalhem esse receio/medo em vocês, porque não é saudável que isso as impeçam de seguirem as carreiras que gostariam. Esse receio é desnecessário, pois em qualquer profissão vocês terão que aprender a lidar com isso. Confiem no taco de vocês, se especializem, façam a diferença e não abaixem a cabeça quando estiverem com razão”.
Como iniciou esse sonho de virar Dj? Tem algum Dj que se inspira?
“Ser Dj nunca foi um sonho, foi algo que aconteceu naturalmente. Sempre fui festeira, tive boate em casa durante toda a adolescência, numa mansão onde morava e dava festas todos os fins de semana, praticamente de quinta à domingo. Então, produzir shows e tocar na Ploc foi apenas conveniente, unir o útil ao agradável. Fui apaixonada pelo Avicci e ainda sou pelas obras dele, não é o único que admiro, mas sem dúvida ele sempre será uma grande inspiração”.
Já se arrependeu alguma vez de seguir a área? Ou alguma coisa te fez repensar seu caminho?
“Repenso meu caminho todos os dias, por uma questão de análise estratégica, mas nunca titubeei quanto ao quê quero. Sou extremamente decidida e firme nas minhas decisões, mas como quero muitas coisas, reflexões diárias fazem-se necessárias para estabelecer como e quando”.
Como surgiu o nome ‘Menina Veneno’?
“Surgiu num programa da Globo chamado ‘Como Será?’, num especial com temática anos 80, em que participei da produção. A Festa Ploc e seus artistas foram convidados a gravar e eu recebi a personagem ‘Menina Veneno’ (uma assistente de palco), das mãos da talentosa redatora Ingrid Zavarezzi como um mimo. Perguntei pra ela se poderia levar a personagem para a Festa Ploc, porém como DJ da Festa e ela adorou a ideia da personagem ganhar vida fora do programa”.
Sabendo que tem tantas mulheres hoje em dia buscando mais espaço, diferente do que era visto alguns anos atrás. Como você vê a área de Dj no futuro?
“Não faço ideia. Talvez com o maior número de mulheres? Espero. Ser Dj hoje é completamente diferente de 15, 20 anos atrás. Hoje todo mundo tem acesso à programas de música, ainda que não sejam profissionais e se sentem um pouco Dj. Hoje, aquele Dj de boate faz show para multidões e assume papel de protagonista, muitos se posicionam como grandes artistas e de tanto o fazerem acabam mesmo se tornando. Não tenho essa ambição, festas Ploc à parte e algumas exceções, sou empresária e acadêmica, me sinto mera farrista (o que sempre fui) e espectadora. Bato palmas para todos que se arriscam de cabeça à seguir a profissão”.
Quais são suas metas para depois da pandemia?
“A número um é completar meus estudos, mas isso ainda levará alguns anos, se é que algum dia me darei por satisfeita e pararei de estudar (o que duvido muito que aconteça). As outras são: voltar com shows e festas presenciais e dar prosseguimento aos diversos novos segmentos que a Ploc Produções está abraçando”.
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“Viva sem medo de ser feliz, seja íntegro e honesto e dê o melhor de si à tudo o que se propuser fazer”.
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