Isolamento, Choros, Tristeza, aperto no peito, dores no corpo….Sim, a depressão infantil é uma realidade; embora não seja tão comum quanto a depressão em adultos, mas as crianças também sofrem com a depressão e por isso, ao menor sinal, precisam ser diagnosticadas e tratadas adequadamente.
Não há um consenso sobre a idade em que a depressão inicia na criança, mas alguns estudos mostraram que esta pode se manifestar já aos 3 anos de idade, outros apontam que, a partir dos 5 anos. Mas é no início da adolescência, entre os 12 e 15 anos, que temos a fase mais crítica, podendo inclusive surgir com o risco potencial de suicídio.
Segundo a Dra. Priscila Dossi, médica psiquiatra, com especialização em infância e adolescência pela UNICAMP – Quanto menor é a idade maior é a dificuldade que a criança tem de descrever os seus sentimentos, ou seja, de reconhecê-los e colocá-los em palavras. Com essa dificuldade de se expressar, em geral, é comum que a criança somatize o problema; por exemplo: queixar-se de dores no corpo, como dores no abdômen ou dores de cabeça, camuflando os reais sintomas e, no geral, sem achado clínico para essas dores.
Diferente dos adultos, os sinais de depressão nas crianças podem ser mais sutis, por isso merece mais atenção.
Causas, Sinais e Sintomas
A depressão não possui causa única, e sim uma variedade de fatores, incluindo no geral fatores genéticos e ambientais. Histórico de ambiente familiar desestruturado, abusos, privações ou perdas familiares vivenciadas muito cedo são grandes colaboradores para a depressão infantil.
Dores no corpo, xixi na cama com frequência, irritabilidade, cansaço excessivo, medos também excessivos, perda do prazer em brincar, isolamento social, variações de peso e dificuldades de concentração, são alguns dos achados mais comuns – alerta a Dra. Priscila Dossi.
Diagnóstico
Como já dito, em se tratando de criança o diagnóstico é mais difícil, dependendo também da idade e da maturidade da criança como facilitadores. Porém, alguns comportamentos podem indicar sinais de depressão, não sendo definitivos, mas servindo de auxílio, por exemplo, a birra, que é natural em certa idade, ou à irritabilidade, que também pode aparecer.
O diagnóstico é clínico, muitas vezes sendo feito por meio de uma avaliação interdisciplinar com diferentes profissionais, dentre eles o Psiquiatra Infantil e o Psicólogo, idealmente havendo medidas que possam envolver a família – completa a Dra. Priscila Dossi.
Tratamento
O Tratamento em geral é clínico, com terapias que envolvam a criança, a família e também a escola. Ainda, pode se fazer necessária o uso da medicação, que deverá ser prescrita e acompanhada por um psiquiatra infantil.
Se você notar algum desses sinais em seu filho, sobrinho , neto, vizinho, aluno, não ignore, busque ajuda, antes que o quadro evolua.
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