Com a ascensão do isolamento social como medida preventiva para a contaminação da covid-19, as reuniões por videochamadas se popularizaram como nunca antes. Apelidadas de calls no mundo corporativo, elas foram o substituto natural para as interações entre as pessoas no ambiente de trabalho. Embora apresente facilidades, a garantia de segurança e privacidade nestes espaços ainda é uma questão que afeta muita gente. Afinal, o que podemos fazer para ter certeza de que estamos totalmente seguros em webconferências?
Este é um tema que ganha força na discussão sobre o mercado de trabalho pela presença veemente das webconferências no dia a dia dos trabalhadores. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o home office abrange 9,1% dos brasileiros que possuem alguma ocupação profissional. Tratam-se de ao menos 7,3 milhões de profissionais que lidam com a exposição diária em reuniões por videochamada e temem por sua segurança e privacidade.
Para Leonardo Elias Luz da Silva, analista de segurança de dados da ROCKY, agência full digital, a proteção e a privacidade em webconferências depende da observação simultânea de fatores técnicos, legais e culturais. “Os fatores técnicos dizem respeito às medidas de cibersegurança adotadas por todas as partes envolvidas em uma webconferência, isto é, os próprios usuários e a empresa que desenvolve a ferramenta de webconferência”, explica.
É responsabilidade do usuário, por exemplo, garantir que seu dispositivo de hardware esteja livre de ameaças e que sua senha de acesso à ferramenta seja segura e sigilosa. Por outro lado, é responsabilidade da empresa disponibilizar uma ferramenta que, do ponto de vista técnico, atenda aos atuais requisitos do mercado no que diz respeito à privacidade e segurança.
Em relação aos fatores legais, é importante ter em vista qual a postura adotada pelas empresas que disponibilizam as ferramentas de webconferência quanto aos dados pessoais dos seus usuários. “As ferramentas coletam dados? Quais tipos? Com quais finalidades? Na análise dos termos de uso e das políticas de privacidade das ferramentas encontramos estas respostas”, afirma Leonardo.
Já os fatores culturais, apontados pelo analista da ROCKY, dizem respeito à forma como os usuários encaram a privacidade nos meios digitais. “Criar um ambiente seguro e privado nas webconferências depende da adoção de uma cultura empresarial que nutra nos colaboradores a segurança da informação como um valor”, resume. Ou seja, o modo com o qual a empresa lida com as informações pessoais que são compartilhadas nas calls é vital para a garantia de segurança e privacidade nestes espaços.
Quais as estratégias para garantir nossa segurança?
Para ter certeza de que tanto os seus dados quanto a integridade do seu computador estará garantida é preciso tomar algumas precauções básicas, como a instalação de um bom sistema antivírus e estar atento em relação a softwares hostis, como spywares, além desse, observar softwares espiões que, entre outras coisas, podem tomar o controle de uma webcam, por exemplo. A maioria dos riscos aos quais as pessoas se expõem nas reuniões por videochamada são velhos conhecidos, mas que encontram terreno fértil no uso exponencial que fazemos da internet.
Além de adotar medidas gerais de proteção de dados e garantia da privacidade, é indicada a utilização de ferramentas que passaram por análise interna de sua viabilidade técnica e legal. Outra atitude recomendável é a adoção de práticas cotidianas de segurança da informação por parte dos colaboradores, tais quais a atualização constante de seus softwares e o não compartilhamento de senhas ou dados pessoais.
Leonardo Elias frisa, porém, que a maior parte dos riscos aos quais as pessoas vivem em relação às webconferências se tratam de ações pessoais e é preciso ficar cada vez mais atento às atitudes tomadas pelos funcionários em relação às reuniões online. “Boa parte das falhas de segurança as quais temos notícia são fruto de falha humana. Esta situação só tende a se agravar no atual cenário onde nos expomos cada vez mais nos meios digitais”, complementa.
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