Navegantes e as águas de Ynaê é um grupo formado na cidade de Teresina, capital do Piauí, que mistura jovens artistas com nomes mais experientes da cena local e cria uma sonoridade rica, conjugando elementos regionais e de matriz africana com a cultura dos grandes nomes da MPB e do rock clássico. As letras são inspiradas no mar, suas divindades e nos temas cotidianos da vida.
A banda fez seu primeiro show em meados de 2018 e de lá pra cá, vem abrindo espaços importantes na cena piauiense. Em 2019, foram finalistas do Chapadão, principal concurso de música autoral do Piauí, com a canção “Eles não tem pressa”, selecionada entre mais de 100 composições inscritas. O evento abriu as portas para apresentações no tradicional Salão do Livro do Piauí – SALIPI e no projeto Boca da Noite. No final de 2021 o grupo fez sua primeira apresentação pós pandemia na Mostra Tremembé do SESC de música autoral do Piauí, apresentando as canções do EP, que foram bem recebidas pelo público e que rendeu a gravação ao vivo de uma nova música no estúdio A Casa após seleção por votação popular.
Com mais de 30 composições autorais, o grupo aproveitou o período da pandemia para começar a registrar tais canções e “Mangata” é a primeira mostra do primeiro EP do projeto. O EP foi lançado dia 02 de Fevereiro, exatamente no dia de Iemanjá, e contou com quatro faixas centradas no tema da festa da rainha do mar. O trabalho foi gravado no Estúdio A Casa, em Teresina e conta com produção do músico paraibano Nildo Gonzalez.Junto com a faixa em todos os streams, a banda lançou um Lyric Vídeo em seu canal no youtube.
CONFIRA A ENTREVISTA:
Recentemente vocês lançaram o primeiro single da banda, que faz parte do primeiro EP da Navegantes e as águas de Ynaê. Qual é a sensação de realizar esse projeto? Quais caminhos vocês pretendem percorrer diante desse novo mundo que vocês estão explorando?
Edu: A sensação de trabalho cumprido. É um registro que demorou a sair por causa da pandemia. Reflete nosso trabalho de ensaios e composições lá de 2019. Temos mais quatro músicas desse mesmo período que vamos lançar em breve. É nosso primeiro registro em estúdio e estamos bastante orgulhosos. Sobre o futuro, acho que estamos vivendo uma transição e estou curioso sobre como vai ficar…
Em uma mistura de elementos regionais com a matriz africana e uma puxada do MPB e Rock Clássico, como vocês definem o estilo desse projeto que une jovens artistas com nomes experientes da cena local?
Edu: O conjunto foi formado por Esaú Barros, experiente artista da cena aqui de Teresina e que tem muito conhecimento da cultura popular brasileira e nordestina. Ele puxa a gente pra esse som bem brasileiro. E tudo muito bem acompanhado por músicos talentosíssimos. Tenho a honra de tocar com músicos como Filipi Souza na batera, Raimundo Rodrigues no trombone e Rafael Fortes no sax.
Iniciado em 2018, quais foram as maiores conquistas que a banda teve de lá pra cá? E quais foram suas maiores mudanças?
Edu: Fizemos apresentações especiais, em locais muito importantes da cena cultural do Piauí. Já tocamos no Teatro 4 de Setembro, no Palácio da Música, no meio da Avenida Frei Serafim, embaixo da ponte JK, enfim… em locais emblemáticos da cultura local.
Em 2019, sendo finalistas do Chapadão, principal concurso de música autoral do Piauí, qual foi a sensação sentida naquele momento?
Edu: Foi o reconhecimento de que estávamos trabalhando no rumo certo, buscando aliar originalidade com o bom gosto nas melodias e harmonias. A banda se fortaleceu a partir dali.
A sua conquista como finalista do Chapadão lhe rendeu diversas possibilidades como por exemplo apresentações no tradicional Salão do Livro do Piauí – SALIPI e no projeto Boca da Noite. O que cada uma dessas conquistas ao longo da sua carreira influenciou no que a banda é hoje?
Edu: Cada apresentação dá mais experiência pra banda. Verdade é que sentimos muita falta de poder se apresentar durante esses anos de pandemia. Sinto que perdemos o embalo e a gente se dispersou um pouco. Nesse ano de 2022 um dos desafios vai ser unir o pessoal de novo, voltar com uma rotina de ensaios para preparar mais canções.
Com mais de 30 músicas autorais para serem lançadas, o que podemos esperar ainda para 2022?
Edu: Temos mais um EP quase pronto que deve sair até Julho.
Qual é a importância de lançar o EP no mesmo dia que se comemora o dia de Iemanjá?
Edu: Tem tudo a ver com a mensagem das canções do EP. Muita ligação com as águas doces e salgadas. A arte do EP e do single Mangata captou demais o espírito da banda e toda essa atmosfera. Uma celebração de alegria!
Deixe uma mensagem ao público.
Edu: Dois recados. Primeiro, conheçam a cena autoral do Piauí. Tem muita som bom sendo feito por aqui. E de diversos estilos. Só pra citar alguns artistas: Bia e os Becks, Hugo dos Santos, Danilo Rudah, Roque Moreira, Ravel Rodrigues, Caju Pinga Fogo, Teófilo Lima, Corona Nimbus, etc, etc, etc…. e segundo: que tenhamos sabedoria na escolha de nosso próximo presidente. Que ele seja de mais diálogo e respeito do que esse que temos aí. Não custa lembrar aos amantes da música brasileira a declaração tosca do Jair a respeito da morte de João Gilberto: “Uma pessoa conhecida. Nossos sentimentos à família, tá ok?”
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