Se você tem claustrofobia, atenção: esta história não é para você. A escritora Anne C. Beker transporta o leitor para as profundezas da Terra no romance Subterrâneo: ascensão. Com críticas à política, imposição de deveres, opressão da liberdade e manipulação do poder, este sci-fi distópico – com plot twist no epílogo – tem narrativa frenética, explora a psiquê dos personagens e, claro, um cenário para lá de desafiador.
Nesta versão futurista do planeta, ao melhor estilo The 100, a civilização foi forçada a viver no subsolo, pois o ar tóxico tornou a superfície terrestre inabitável. Carolina, uma adolescente que tem dificuldade em entender o seu lugar no mundo, não se deixa intimidar. Após um acidente com sua mãe, ela e o irmão, Douglas, se veem sozinhos. Conforme toma conhecimento de alguns fatos, percebe que a sociedade é muito mais injusta do que imaginava.
O mundo precisava ser mais justo. As tarefas e decisões tinham que ser mais transparentes. É isso que eu quero, um mundo onde todos tenham chances, em que as informações sejam transparentes e que não haja castigos e punições sem motivos verdadeiros.
(Subterrâneo: ascensão, p. 219)
Permeada por intrigas, traições e jogos de poder, a adolescente questionadora e decidida entra em uma jornada para salvar o planeta. O plot twist está nas duas últimas páginas. Anne desvenda um mistério muito esperado pelos personagens: o que acontece com as pessoas que voltam para a superfície?
Essa mudança radical no enredo é proposital. É assim que a autora convoca o leitor a acompanhar esta jornada épica no segundo tomo da saga de três volumes. Mais do que uma ficção científica distópica qualquer, a obra exalta as relações humanas em um ambiente hostil, mas também traz a leveza da amizade e a esperança no amor.
Descubra mais sobre Andrezza Barros
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.