Quantas vezes na sua juventude, você já se sentiu pressionado para manter um relacionamento com alguém? Muitos passam por essa fase na escola, na faculdade e até mesmo no trabalho. E se te perguntassem que assim como outras classificações como o pansexual, que se trata do indivíduo que aprecia pessoas de todos os gêneros ou orientações sexuais, existissem aqueles que não sentem nenhum desejo sexual ou pouquíssimo dele? Você saberia responder?
“Uma vez eu fingi chegar ao ápice para fugir do sexo” – relatou o estudante Fernando Júnior de 19 anos. O jovem que se descobriu assexual no final do ano de 2019, disse em entrevista que era visto como ‘louco’ desde os tempos da escola por não ter nenhum tipo de relação naquela época. “Eu não sentia essa vontade de fazer sexo ou namorar” – acrescentou. Mas o que é assexualidade afinal?
Ainda existem muitas dúvidas sobre o tema proposto na matéria. Diante disto, decidimos tirar de vez as dúvidas e até mesmo apresentar essa orientação que tem ganhado mais visibilidade com o tempo. Afinal, o que é ser assexual? A assexualidade é uma orientação/condição sexual caracterizada pela falta de interesse pelo sexo. Um assexual pode sentir atração estética ou física, mas não de modo erótico. Apesar de muitos confundirem, o termo anterior é bem diferente do celibato. Enquanto o primeiro é a falta total de desejo, o segundo sente prazer normal, mas opta por não ter relações, muitas vezes por questões religiosas.
O futuro engenheiro por se achar ‘diferente’ dos outros garotos da sua idade, chegou a praticar o ato apenas para tentar entender se estava errado – “Fiz só para ver se eu estava errado nos meus pensamentos”. Apesar da falta de interesse sexual, Júnior nos contou que se masturba para manter o corpo estimulado e funcionando.
O termo assexual surgiu na década de 40, onde alguns estudos começaram a ser realizados por Alfred Kinsey, um biólogo e sexólogo renomado. Seu objetivo era o de compreender os hábitos sexuais da população norte-americana. Diante do resultado, pôde-se descobrir que 1% dos participantes não sentiam atração sexual por nenhum gênero. Tal falta de interesse foi denominada: assexualidade.
Assim como uma parte dos assexuais que preferem se manter em segredo por medo da reação das pessoas a sua volta, o entrevistado revelou ter sofrido grande preconceito, até mesmo de sua mãe que não aceitou sua orientação sexual – “A maioria diz que eu sou uma planta e outras coisas que são muito sem graça. Quando comentei com minha mãe ela não aceitou. Mas fazer o que, não vou ficar com uma pessoa que eu não sinta atração”.
Mesmo diante das rejeições de pessoas próximas, o garoto expressou em bom humor ter sido libertador assumir quem verdadeiramente é, dando ênfase ao fato de finalmente poder ser quem era, sendo até mesmo, mais feliz – “É realmente libertador! Eu posso ser quem sou sem pressão de querer ser alguém que não sou. A melhor coisa com isso tudo é que eu fiquei feliz” – finalizou.
Diferentes Classificações
As pessoas assexuadas ainda possuem diversas classificações, como homorromânticos, birromânticos e heterorromânticos, além dos arromânticos que não sentem nem ao menos a atração afetiva e sentimental. Nesse mundo existem os românticos e os arromânticos, os demissexuais, que se relacionam apenas com parceiros que já rolaram algum sentimento ou uma paixão, e os Gray-Assexuais, que são as pessoas em geral que não sentem atração sexual e aparentemente não se importam com o sexo, porém em algumas situações específicas, pode haver desejo sexual.
Existem pessoas que nunca sentiram desejo sexual na vida, as que decidiram por não praticar o ato sexual por não ser momentos prazerosos para elas ou simplesmente por falta de líbido. A pressão às vezes faz com que assexuados pratiquem o ato sexual por obrigação ou para poder manter um relacionamento saudável, por assim dizer. Vale lembrar que a assexualidade e a homosexualidade são coisas totalmente diferentes.
Autores: Andrezza Barros e Luca Moreira
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