O ator e cantor Alírio Netto (Shaman, Queen Extravaganza) acaba de ser anunciado vocalista da banda espanhola Avalanch, que se prepara para gravar um novo álbum de estúdio em 2021. O cantor segue na banda e neste momento está em processo de composição do novo álbum com a produção de Sascha Paeth e os integrantes do Shaman à distância.
Tudo começou em 2020 após a indicação do empresário Paulo Baron para uma ‘collab’ entre Alírio Netto e Alberto Rionda. Depois desse trabalho, os músicos ficaram amigos e com a recente mudança de Alírio Netto para Madrid, na Espanha, os laços entre eles se estreitaram e os dois começaram essa nova parceria.
Recentemente, Alírio Netto anunciou seu próximo álbum de estúdio “All Things Must Pass”. O álbum será lançado pela Frontiers Records nos próximos meses. “All Things Must Pass” é o terceiro álbum solo do vocalista, mas o primeiro que será lançado mundialmente. O primeiro trabalho solo de estúdio, “João de Deus”, foi lançado apenas no Brasil e é cantado em português.

O novo trabalho será todo em inglês e conta com uma variedade de estilos, sempre permitindo espaço para grandes melodias. Entre os músicos que gravaram, estão o baterista Adriano Daga (produtor vencedor do Grammy e da banda Malta) e o baixista Felipe Andreoli (Angra). Como participação especial, o disco conta com o vocalista do Journey, Arnel Pineda, em um dueto emocionante com Alírio. Confira a entrevista!
Recentemente foi anunciado que você estaria integrando a banda Alavanch como novo vocalista do grupo. O que esse passo está representando em sua história na carreira musical?
Alírio: Essa coisa do Avalanch foi muito louca, porque aconteceu de repente. Eu tive meu primeiro contato com o Alberto Rionda, o guitarrista da banda e a gente fez uma colaboração que tinha um monte de gente junto participando e foi muito bacana. O que aconteceu foi que eu me mudei para Madri, estou morando aqui já faz um tempo, e em um momento ele precisou de um outro vocalista, e de uma forma natural, ele acabou me fazendo a proposta. Eu lembro que conversamos e que a vibe que rolou durante a nossa colaboração foi muito bacana, e foi muito natural abraçar esse novo projeto. Eu fico muito feliz, é um projeto onde uma banda consolidada na Europa e na América Latina. Estou muito empolgado e será mais um projeto para minha vida, é sempre bom esse somatório, sempre penso dessa maneira. Acredito que somar é sempre algo importante na carreira de um artista, sempre buscando quebrar barreiras e horizontes, e essa é mais uma oportunidade para que eu possa ser ouvido de uma outra maneira.
Sabemos que nesse exato momento, você está trabalhando na composição de um novo álbum com a produção de Sascha Paeth e os integrantes do Shaman. Como está sendo colaborar com toda essa equipe e quais estão sendo suas expectativas para que o público possa receber o novo projeto?
Alírio: Cara, trabalhar com o Shaman é um sonho! O Shaman é uma Ferrari, é uma banda que se acelera e vai. É uma banda que tem uma história muito grande, e fazer isso junto com o Sacha e com esses caras que fizeram tanta história é um privilégio. Me sinto privilegiado, sortudo mesmo. Estamos trabalhando muito firme e conseguimos conciliar esse trabalho longe mesmo, porque o Sascha Paeth está lá, e a gente faz sessões com os três integrantes da banda: o Luís Mariutti, Ricardo Confessori e Hugo Mariutti, cada um em seu home studio. Nós acabamos encontrando uma dinâmica que funcionasse firme e forte. Eu tenho certeza de que as músicas vão ficar incríveis e vão surpreender muita gente. Estou muito feliz e considero esse um dos melhores momentos da minha carreira.

Em 2020, lemos que seu primeiro contato com a Avalanch ocorreu a partir da intermediação do empresário Paulo Baron para uma colaboração. Como foi esse primeiro encontro e qual foi a sua impressão a respeito da banda?
Alírio: Realmente foi o Barão que fez, ele e o Roberto tiveram a ideia de fazer uma colaboração, algo que fosse homenageando todo mundo que está aí na linha de frente do combate, os enfermeiros e médicos que estão dando a cara para bater. Fizemos um projeto colaborativo e sem fins lucrativos, toda arrecadação foi realmente para essas pessoas que estão na linha de frente. Eu fui uma das pessoas que o Barão indicou para o Alberto. Eu e o Alberto começamos a conversar pelo WhatsApp, e ele me propôs que eu fizesse as versões em inglês e português da música. Tem vários convidados, como o Bruno, que é ex-vocalista da Banda Malta, entre outros nomes de peso do mundo inteiro. Foi assim que começamos. Nesse primeiro momento, eu já tive uma impressão muito boa das músicas do Avalanch, até porque não era uma banda que eu era muito familiarizado, já havia escutado algumas músicas, porém fiquei impressionado com a qualidade da banda e das composições.
Recentemente foi anunciado o álbum “All Things Must Pass”. O que o público pode esperar de você nesse novo lançamento?
Alírio: O “All Things Must Pass” é uma conquista pessoal muito grande para mim. Já estou indo para o meu terceiro trabalho solo, e acredito que esse disco é o que tenha mais facetas da minha carreira. Eu sou um cara que gosto de me emprestar para a arte, não gosto de fazer simplesmente a mesma coisa e do mesmo jeito, pois isso não reflete quem eu sou como pessoa e muito menos como artista. Ele é um disco que tem várias influências de artistas que eu gosto e que sempre ouvi, além de eu estar sempre buscando novas fontes de inspiração. A pandemia acabou fechando minhas portas, assim como no mundo inteiro, porém, ela também criou a possibilidade de fazer esse disco. Eu coloquei na minha cabeça que eu queria fazer um disco, tive a sorte de contar com o Adriano Daga, meu grande irmão fazendo a produção do disco, além da autoria de algumas músicas, enfim, foi um sonho. Felipe Andreoli (Angra) no baixo, participação do Marcelo Barbosa, Arnel Pineda do Journey, que dispensa comentários. Tenho muito que agradecer a Frontiers que abraçou o disco na hora e que me deu toda a liberdade para que eu pudesse me expressar da melhor maneira possível. Estou realmente muito orgulhoso desse trabalho e tenho certeza de que muita gente vai se identificar com ele. Acho que no verão da Europa deve sair, porém, nesse ano ainda sai.

Entre as faixas desse novo álbum, contaremos com um som bastante conhecido pelos fãs da Banda Malta, o baterista Adriano Daga. Poderia nos contar um pouco mais sobre a parceria de vocês?
Alírio: A minha história com Adriano Daga começa na adolescência. Somos amigos desde os tempos de Florianópolis, e eu o considero um verdadeiro gênio, é o melhor produtor com quem já trabalhei. Nós nos identificamos muito, temos muita sinergia, ambos gostamos das composições um do outro. Além de me entender como artista, ele não só permite que eu me expresse, como também cria a potencialização disso. Tenho muito orgulho do trabalho que ele fez nesse disco, sem contar que não é a primeira vez que temos essa parceria. Tenho muito para agradecer ao Adriano Daga é um cara que vai estar sempre comigo. O disco ficou muito lindo, e foi muito por conta dele. Eu não tenho palavras para descrever, nós somos amigos muito próximos e espero fazer muitas outras coisas em parceria com ele, muitos outros discos.
O que passou na sua cabeça ao receber essa proposta?
Alírio: Foi algo inesperado. A primeira música que eu fiz do disco foi a música com Arnel Pineda, que vocês já vão poder escutá-la em um momento próximo. O Arnel é um cara que já tenho contato há muito tempo e nos demos muito bem. Essa parceria se deu porque ele gosta muito de uma música minha chamada “Retrato”, é uma música em português, e ele falou – “Cara, não entendo nada dessa música, mas acho ela incrível!” – e ele propôs que fizéssemos algum projeto juntos. Eu concordei e falei que iria compor uma música para ele.
Ela acabou se tornando a primeira música que gravamos, e devido aos desdobramentos dela, eu tive a ajuda de um grande parceiro, que é um cara muito incrível chamado Rhuan. Ele trabalha com muitos artistas do como Edu Falaschi, já trabalhou com Sepultura, e ele acabou assumindo essa parte de manager. Ele apresentou a música para Frontiers e falou – “Cara, você tem que fazer um disco. Isso aqui é um hit e tenho certeza que vamos conseguir algo interessante.” – Ele apresentou para algumas gravadoras, e a Frontiers afirmou logo que queria aquele trabalho. Isso foi muito por conta do Rhuan. Eu tenho muito para agradecer a ele, nós acabamos nos tornando amigos nesse processo. Ele entende muito desse mercado e veio muito a somar para isso. É uma pessoa que eu quero manter perto por muito tempo e que confio plenamente.

Quais as maiores contribuições que você irá levar para a Avalanch?
Alírio: Acho que a maior contribuição que posso levar para Avalanche é toda a minha experiência de palco, experiência em turnês, e também as minhas composições. Eu e o Alberto já começamos ainda muito embrionários para trabalhar em algumas ideias, e acho que essa mistura da brasilionalidade com a espanhola nesse heavy metal realmente pode fazer alguma diferença. Acho que ele já percebeu isso e alguns fãs também irão perceber.
Para o público que não o conhece, nos conte um pouco quem é Alírio Netto.
Alírio: Para quem não me conhece, eu tenho mais de 25 anos de carreira, todos dedicados à arte, vários discos lançados com diversas bandas de projetos como o Khallice, que é do meu amigo Marcelo Barbosa, lançamos dois discos. Lancei com o Age of Artemis também, que foi uma banda cujo o primeiro disco foi produzido pelo Edu e Tito Falaschi e o segundo pelo Adriana Daga. Tive também um projeto chamado “Lince” e já estou no meu terceiro trabalho solo. Eu tive o primeiro disco solo em portguuês, o segundo foi um DVD, que possivelmente vamos estar lançando ele de alguma forma física com participações mais que especiais, tive a oportunidade de ter o Angra ali. Isso tudo foi surreal, e agora estou indo nesse novo trabalho.
Junto disso também tenho uma carreira no teatro musical, fazendo musicais da Broadway, tive a oportunidade de ser protagonista de três, que foram, os musicais funcionam como franquias, então, o primeiro que eu fiz foi “Jesus Cristo Superstar” no México, que fiz o papel de Jesus, isso há muitos anos atrás, depois voltei a fazê-lo no Brasil, porém no papel de Judas, o que foi muito legal na minha carreira, chegando até a ganhar prêmio. Foi um reconhecimento muito bom e até inesperado como ator. Por fim, eu fiz o musical “Will Rock” do Queen e que estava em cartaz em Londres. Ele veio para o Brasil e fiz o protagonista Galileu. Foi ali que também conheci minha esposa, Scaramush, que é a Livia Dabarian, estamos casados até hoje.
Depois disso, recebi o convite diretamente do Brian May e o Roger Taylor, e do empresário da banda, para assumir os vocais do Queen Extravaganza, que é uma banda tributo capitaneada por eles. Montaram a banda e viajaram pelo mundo representando a música deles. A oportunidade de ter o contato com esses caras, está ali e ter o “carimbo” deles dizendo que você é de confiança para cantar a música deles, é um sonho.
No final das contas, o Shaman, que também dispensa comentários. Nosso casamento, está bem na cara que brilha os olhos de todo mundo, apesar de ter vindo de uma fatalidade, o nosso querido André, ele me encarregou de seguir esse legado, e eu sou muito grato a ele também, por ter despertado em mim essa vontade de fazer heavy metal brasileiro.
Eu sou um cara que está sempre aí, recebo várias propostas de fazer alguns musicais. É isso que eu sou! Sou muito organizado também, porque para fazer esse tanto de projetos, você tem que ter um foco muito claro. Sou bastante organizado e tenho uma equipe que me ajuda muito nessa parte. Estou sempre de olho no futuro e querendo chegar cada vez mais longe com muita honestidade.
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