A história de vida da cantora Duda Duarte, de 24 anos, parece até o enredo de um filme. Sua trajetória é permeada de superação, reviravoltas, fé e recomeços. A goiana de Luziânia enfrentou a perda de sua madrinha que era muito querida, uma séria trombose cerebral, o abandono de seu parceiro musical, depressão, uma gestação de risco e até mesmo violência doméstica. Mas, Duda nunca desistiu de seus sonhos e recentemente lançou uma música gospel com a cantora Naiara Azevedo que já passa de 300 mil visualizações no YouTube.
Lançada recentemente e trazendo uma mensagem muito importante sobre a independência feminina, a música “Pilha Fraca” revelou uma grande sintonia artística entre você e a cantora Naiara Azevedo. Como aconteceu a proposta dessa música e a parceria entre vocês?
Eu estava gravando com o Blener Maycon o mesmo produtor musical da Naiara uma outra música “pode chorar Bebê “ que lançarei em breve e por coincidência um amigo meu compositor mostrou a música “Pilha Fraca” que logo pensei em falar com o Blener pra ver a possibilidade de gravar com a Naiara. Achei a música muito nossa cara e foi bem rápido o Blener falou com ela e ela adorou a ideia.
Infelizmente, o enredo da sua música é algo que não existe apenas no ambiente artístico, mas também reflete a realidade da vida de muitas mulheres no mundo que possam estar em relacionamentos tóxicos. Qual mensagem você deseja mandar para essas pessoas que possam estar se identificando com a sua música?
Que nos mulheres somos bem mais fortes que imaginamos e não precisamos depender de “homem” pra nada. Não precisamos nos submeter ou aceitar certas coisas.
Reconhecida desde as origens da nossa humanidade como uma das maiores formas de expressões utilizadas pelo mundo e é capaz de traduzir artisticamente ou mesmo que sem palavras o que desejamos dizer ao mundo. Qual o significado dela para sua vida e como ela chegou até você?
A música chegou pra mim muito cedo, minha mãe era cantora, fazia uma dupla sertaneja com minha Tia (madrinha), então posso dizer já ouvia música mesmo no ventre de minha mãe, então cresci no meio musical. Então posso afirmar que música é minha essência; cantar, compor interpretar faz parte do meu eu e é através da música que tenho o privilégio de expressar os meus sentimentos mais profundos.
Há cinco anos, o mundo a conhecia pelo sucesso de “Esconde Meu Celular” em parceria com o cantor Amado Batista, e que também passou esse teor de mensagem sobre a realidade das mulheres de terem que depender dos homens. Você acredita que a defesa das mulheres também possam ser uma das suas inspirações como artista atualmente?
Sabe, desde que comecei sempre abordo essa questão feminina. Não é de agora que falo de igualdade. Não acho que tem que ser homem ou mulher, o que precisa é ser respeitado cada um dentro do seu espaço.
Recentemente você lançou a música “Tente Mais Uma Vez” em parceria com Fabrício Teles que reflete muito sobre a sua história de vida em que teve que enfrentar trombose cerebral, decepções e até tentativas de suicídio. Trazendo a tona temas tão fortes como esses, qual é a importância que você vê em falar sobre sua história através da música? E como você vê que sua história possa ser um espelho para tantas outras?
Na música eu falo um pouquinho de mim. A minha vida, eu posso expressa-lá em uma só palavra – superação! E digo: sei que cada um tem seus problemas, todo dia é um dia de luta, e não só para mim, mais pra qualquer pessoa que vive nessa terra. Sempre temos altos e baixos, e olha, tem dias que temos que passar e que parece que jamais vamos conseguir. Penso que nada melhor que o tempo, tudo passa, momentos ruins e momentos maravilhosos. Tudo tem seu tempo de duração, então, quando tiver naquele dia horrível, acalma o coração e espera em Deus. A dor vai passar, a angústia vai passar, e o amanhã você só vai se lembrar de que você conseguiu… Superou. É assim que levo minha vida. “Sempre tente mais uma vez sempre com fé e esperança”.
Através das músicas podemos transmitir diversas sensações. E a canção acaba por se tornar uma espécie de necessidade humana, já que ela tem certo poder de trazer tanta alegria. Em sua visão como artista, qual é a importância de transmitir música ao mundo?
Acho que a música não tem idioma. A linguagem musical no meu ponto de vista é ilimitada e é universal, você sente somente. As letras e as melodias são capazes de tocar na alma e pode transmitir em cada pessoa uma interpretação, um sentimento diferente.
Olhando a Duda de quando iniciou na carreira para a Duda que hoje vem batalhando cada vez mais por seu espaço, quais são as maiores mudanças na qual você nota sobre elas? E o que você diria para a Duda do passado e do futuro se pudesse conversar com elas?
A Duda do passado e a Duda atual andam juntas em alguns sentidos. A Duda do passado era deslumbrada, acreditava em tudo e em todos, vivia um mundo de fantasias onde as pessoas criavam pra ela, o que fez mudar muito a Duda de hoje. Hoje a Duda é mais pé no chão, não cria muitas expectativas, vive a realidade, porém continua da mesma forma que a Duda que começou – acreditando e batalhando para um dia chegar lá. Só eu, Duda, posso correr e fazer alguma coisa por mim, eu não posso desistir e tenho que saber que os obstáculos existem pra serem superados. É o que falaria pra Duda lá do passado. Obrigada por me mostrar a realidade e não me deixar desistir!
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