Manoel Soares usa sandália usada pelos Massai, povo nômade da região da Savanah africana, no mais importante evento de moda da América Latina
Palco pra lançamentos dentro e fora da passarela, a São Paulo Fashion Week, que aconteceu na última semana, foi o local escolhido por Manoel Soares, jornalista e escritor , pra utilizar uma das peças adquiridas durante a recente viagem à Tanzânia, local onde recebeu o título de Embaixador Cultural pela Uniao Africana, através dos esforços da The African Pride, empresa cujo objetivo principal é construir pontes e fortalecer os laços e conexões entre África e Brasil através do turismo e investimentos.
Usando as tradicionais sandálias Massai, Manoel marcou presença na plateia do desfile do estilista Isaac Silva, e chamou atenção pelo estilo. Confeccionaras com borracha de pneus , as sandálias são artesanalmente fabricadas e prontas para suportar a jornada do povo nômade que habita a fronteira do Quênia com a Tanzânia, especialmente a região de Ngorongoro, e é conhecido por serem bons guerreiros e pastores.
“Usar uma sandália massai no SPFW é continuar pisando em solo africano, independente do país que você esteja. Viver a condição de embaixador e no mesmo momento estreitar os laços com o povo massai, é estender a benção da mãe África para que as conexões que precisam reexistir entre os dois continentes sejam mais sólidas”, comenta Manoel.
Para Ajoyemi Osunleye e Carolina Maíra Morais, CEOs da The African Pride, a atitude do apresentador da TV Globo, que a partir de julho assume o comando do matinal Encontro, é uma importante oportunidade para que os olhares brasileiros se voltem para a África e todas as possibilidades que o continente oferece.
“A moda traz um diálogo de beleza que não precisa de palavras para ser expresso. O Brasil pode aprender com África sobre autoestima através do fashion. Vestir-se é também uma escolha, uma forma de comunicar ao mundo a sua identidade. Foi isso que Manoel levou a SPFW, e é isso que a African Pride quer promover em conjunto com os designers de África e do Brasil”, comenta Ajoyemi.
Historiadora e mediadora dos diálogos entre o maior país da diáspora e o continente mãe, Carolina Morais , destaca a escolha de Manoel e reforça a importância em ter um dos símbolos da elegância Massai nos pés de um dos maiores formadores de opinião da atualidade. “ Este é momento perfeito para realizar o combate ao racismo pelo viés da transformação e empretecimento do conceito do belo: Estamos organizando o ano da África no Brasil, justamente para termos uma pequena ideia da beleza secular que o continente africano gera. Não só beleza, mas a economia sustentável, criação de emprego, conhecimento técnico. Todo esse trabalho tem por objetivo criar uma narrativa do continente a partir das próprias vozes de seus filhos. Estamos construindo uma nova imagem de África no Brasil,” celebra a cofounder da The African Pride.